domingo, 31 de dezembro de 2017

2018 que venhas em paz

... é serás bem recebido.
Não podia deixar que um post tão real, mas tão para baixo fosse o último de 2017 aqui do meu cantinho!
Para todos nós, os casais da infertilidade, desejo um 2018 feliz, com muita saúde, muito amor e muita paz. Desejo pelo terceiro ano consecutivo que este possa ser o da realização do nosso maior e mais precioso sonho, o nascimento do nosso tão sonhado bebé saudável e estendo este desejo a todos nós que andamos nesta luta.
Um excelente ano 2018!


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Ter tanto mas sentir que falta muito

É o que sinto.
Tenho o meu marido que amo perdidamente e a minha família, que tanto amo, com alguma saúde e isso é o bem mais precioso que alguém pode pedir. Saúde. Não há nada mais importante, sei disso há muito tempo, e é há muito tempo que na viragem do ano este é o meu primeiro, segundo, terceiro, etc...desejo. A saúde é quase 100% da felicidade. Mesmo quando a minha cabeça vivia só  para a infertilidade foi-me cruelmente recordada a importância da saúde.
Não me interpretem mal, dou muito valor ao que "tenho" mas o vazio que sinto estes dias, todos os dias, faz doer a alma e deixa-me triste e desanimada muitas vezes.
2017 era o ano, mas não foi. O ano em que fiz a FIV que foi um choque de realidade, e que me trouxe mais e pior endometriose, 2017 trouxe-me uma cirurgia, e ainda uma TEC falhada. Felizmente apesar dos meus problemas e de algumas ameaças tivemos saúde, o que é absolutamente maravilhoso.
Never let your fear decide your future, era o meu lema no final do ano, e acho que não deixei que esse medo decidisse o meu ano. A esperança que sentia há um ano atrás foi embora e há tantas mulheres com endometriose que não foram mães, eu provavelmente serei uma delas. Sabe-se lá o que tenho além da endometriose,  como se só ela não bastasse. Vamos seguir com o plano e quando esse plano chegar ao fim, não sei o que será.
Que o novo ano possa trazer o vosso sonho.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Sentimentos avulso #2

A passar o dedo pelo Facebook, minutos antes de ir para a cama (excelente timing)  descubro sem querer mais uma gravidez. No outro dia, outra pessoa conhecida anunciou a segunda gravidez com o descanso e as certezas que nunca terei.
Este mês o meu ciclo foi um absurdo, tive spottings que no meu caso não se podem justificar pela TEC, porque tomo progesterona em todos os meus ciclos naturais. As grávidas a borbulharem e eu a perder sangue sem causa.
Tinha decidido acalmar a endometriose com a pílula, mas preciso de monitorizar este ciclo, pois caso isto se mantenha é preciso investigar antes da próxima e última estimulação. Antes da menstruação chegar tive 1 dia de spotting rosado e dois dias de spotting severo, mas que não era a menstruação. Não sei o que se passa comigo, só sei que não é bom, mas considerando as dores no peito, que não costumo ter,  acho que foi um ciclo com uma má ovulação e a progesterona bem baixa.
Em Janeiro temos  consulta e não sei se iremos manter o nosso plano ou não. Se o mantivermos e dependendo dos exames que teremos a fazer gostava de iniciar logo a estimulação. Não quero fazer nova transferência em Abril. Detesto o mês de Abril.
Não me sinto nada a vontade em fazer uma transferência a fresco. Da última vez comecei com spotting ligeiro a D6 e mais intenso a D7 sendo que menstruei D9. Os médicos desvalorizam mas não sei. Não tenho propriamente um monte de ovulos para gastar. Chegar a transferência já vai ser um euro milhões.
Acho que é perfeitamente impossível que um dia vá ser mãe este é o meu terceiro natal vazia de tudo, os meus melhores anos, os meus anos mais felizes estão a ser comidos pela infertilidade. Sim queixa-te de barriguinha cheia dirão muitos, mas este sonho não é um sonho qualquer. Dizem-me os férteis que tenho de ser mais positiva. Verdade. Mas tentem ser positivos e acreditar durante 24 vezes em 24meses para serem sempre negativamente surpreendidos e depois digam me para ser mais positiva... Pois porque eu também já escolhi acreditar e do que é que isso me adiantou?
Estou revoltada à brava é verdade. Nada me faz sentido sem um filho para amar. Pelo menos hoje é o que sinto, não sei o que é que a bipolaridade da infertilidade me reserva para amanhã ou para daqui a 1h.




terça-feira, 19 de dezembro de 2017

O que vai cá dentro #9

Ás vezes, muitas, muitas vezes e a cada anúncio de gravidez acho que não vou aguentar mais. Apetece-me desistir de tudo.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

(O que eu queria postar era isto) Como percebo este post #2

Passei exactamente por isto, excepto que do outro lado não tinha um amazingologist. 



Como percebo este post

Instagram de Katekagood, vida de um casal infertilidade em que ela tem é endometriose e uma mutação mthfr.

Post do Instagram.


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Spotting

Como odeio este nome, esta palavra, como detesto perdas de sangue entre períodos. É que começo a pensar demais nisto e fico mesmo preocupada. Com a endometriose altamente famosa por causar perdas de sangue e não só. Com isto da infertilidade, tenho o meu Papanicolau,  bem atrasado a última vez que fiz foi em Novembro de 2015. E eu que era tão certinha. 
Tenho que meter a minha vida em dia. Estranho que nenhum dos ginecologistas da Ivi me pergunte pela citologia não é? 
Não percebo nada disto. Mas enfim, antigamente, até ao mês passado e tirando o ciclo FIV/ICSI não tive perdas de sangue a fazer progesterona. Este mês está tudo marado e eu estou a passar-me com o meu corpinho incapaz de ser minimamente normal. 

sábado, 9 de dezembro de 2017

No faith


Sem qualquer fé. A infertilidade levou-me toda a fé. Levou e roubou mais isto. Não acredito que por mais tortas que as linhas sejam, eu mereça passar por isto e, sobretudo, o meu marido mereça passar por isto.  Não me a possível a mim, que coleccionava presépios, acreditar que por mais assuntos que haja por resolver neste planeta tenhamos sido largados assim à nossa sorte.
Estou partida por dentro, o coração, a alma, o pensamento está quebrado, acho que não tenho arranjo.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 7

Finalmente consegui chorar. Precisava muito, muito de chorar, sabem? 
Há uma semana atrás haviam tantos sonhos, havia esperança, havia tanta fé.  E hoje não há nada. Só dores, só sofrimento, só desilusão,  só medo e pena de mim por ter que passar por tudo outra vez.  Para quê? 
Sei que já não posso ter esperança, já tomei benuron que é o que posso tomar e vamos ver até quando aguento isto com benuron. E se a endometriose voltou, não sei. É muito muito difícil. 

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 6

Começaram os sintomas pré-menstruais acompanhados das dores.
Novembro falhaste-me.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

TEC 1 - Dia 5

Hoje foi dia de fazer vida normal, arrumar as coisas, fazer o jantar, ir às compras, ao menos não me senti a inútil dos outros dias.
É interessante que antes da descongelação e transferência só queria que o dia acabasse, agora adoraria voltar atrás para voltar a sentir um bocadinho de esperança. A minha cabeça é estranha!
Continuo normal, apenas as minhas moinhas nos ovários que não são nada de novo, e muita (TMI) flatulência graças à progesterona. Um quadro glamoroso portanto... E é isto!
Nível de dores : 0-1
Nível de esperança:none

terça-feira, 14 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 4

Ausência completa de sintomas. A ficar pilulas de estar em casa. Amanhã não vou trabalhar mas tenho que inventar alguma coisa.
Nível de dores:0
Nível de esperança: 0-1

O que vai cá dentro #8

Acertando pontos na minha cabeça.
Quando ganhei coragem de nos submeter a esta TEC, sim coragem, é preciso coragem, para enfrentar cada etapa dos meus problemas ginecológicos e da consequente infertilidade, tinha um grande medo de não passarmos da descongelação. Melhor, para mim era certo que o nosso pequeno guerreiro não iria passar da descongelação, porque afinal de contas é um processo muito agressivo para um microscópico embrião. Apesar da minha área de formação ser a das ciências, não consigo deixar de achar este processo um verdadeiro milagre!
Na manhã da descongelação o meu marido, à semelhança do que aconteceu na ICSI, levou o meu telemóvel e acabou por ser ele a ligar para a IVI, para saber o que se passava, dado que estranhávamos a ausência de notícias.  Ficámos espantados quando nos disseram que tínhamos um bonequinho de neve "vivo" e de boa qualidade, claro que é um B, portanto boa qualidade para um B e de 6º dia, mas até estava bonito! Confesso que aqui senti muita esperança! Da outra vez o nosso "cisto" era um bocadinho feio, benza-o Deus, apesar de ser muito muito amado, muito desejado e muito nosso e de ter sido fulcral na nossa vida, pois sem ele tinha sido terrível suportar um ciclo sem transferência. A verdade é que nunca senti a esperança que senti naquela sexta-feira. Seguimos para Lisboa, e a transferência fez-se, bebi apenas dois copos de água, mas custou-me muito, mais uma vez, aguentar a bexiga, para a próxima só beberei um copo de água. A pressão que a assistente do Dr. fazia na bexiga com a sonda do ecógrafo, fez-me em determinada altura morder o dedo, para vocês perceberem ao que me refiro! No final da transferência, o meu marido perguntou ao médico o que achava, em termos de hipóteses, deste embrião para o outro e aí, puff! Chapadão mesmo em cheio de volta à realidade! O médico disse que apesar de morfologicamente mais interessante, este blastocisto tinha demorado mais um dia a chegar a este estado, logo não haveria grandes diferenças em termos de taxas de sucesso. Balde gigante de água fria, mas, claramente, necessário.
Consegui apenas cerca de vinte minutos de repouso, contados pelo relógio, aquelas mudanças todas de mesa de cirurgia para maca e de maca para cama na IVI deviam ser revistas, aquilo não pode ser bom! Eu sei lá fazer força com os cotovelos para mudar de um sitio para o outro, acho que faço força na barriga e, ao contrário do que se pensa muitos embriões não ficam no útero após a transferência, é um jogo de probabilidades  (Mansou, R., Minimizing embryo expulsion after embryo transfer: a randomized controlled study, Human Reproduction, Volume 20, Issue 1, 1 January 2005, Pages 170–174).
No dia da transferência e no dia seguinte senti real desconforto uterino e ovárico, que desapareceu por completo. Aguardo mais uma vez o beta em casa. Devido ás características do meu trabalho, não posso trabalhar a seguir a uma transferência de embrião e tenho muito mais tempo para pensar, o que não pode ser bom. Sábado e domingo já vou trabalhar e na segunda-feira faço o beta. O terrível é este sentimento, a certeza que tudo por esta altura está decidido,e que em momento algum há ou houve alguma coisa que pudesse fazer. Esta sensação de impotência e ver o sofrimento que a minha doença me causa não só a mim, mas ao meu marido não é nada fixe. Eu sei que não tenho culpa de ter endometriose, mal seria, mas esse reconhecimento  não torna as coisas mais simples, mais fáceis.
Tento pensar positivo, mas vejo as coisas muito complicadas, pois é certo que foi apenas a primeira FIV, mas não é certo que haja uma segunda, é até bastante provável que havendo uma segunda não haja embriões para transferir, com toda a certeza não existirá uma terceira e nessa altura teremos a doação de ovócitos como opção, se Deus quiser!
Por enquanto, vou então fazendo isso do tentar pensar positivo, que é uma coisa muito em voga, embora o sexto sentido me diga que não adianta, acho que uma mulher sabe... Tentando ver além da infertilidade, tudo o que a vida nos reserva! Ontem à noite quando passeava a cadela, senti o frio no rosto e o cheiro de lenha a arder vinda de algumas chaminés, que logo me levou para o Novembro passado e para a maravilhosa Praga, para o quanto fomos felizes lá, para o cheiro do vinho e da cidra quente e do trdelnik acabado de fazer, porque há vida e felicidade além da infertilidade,desde que haja amor e isso felizmente não falta cá em casa!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

TEC 1 - Dia 3

Cá vamos, ausência total de sintomas. Mas quem tem sintomas numa sltura destas de um ciclo normal ou de uma gravidez hum?
Mindset: vigiar como um falcão o preço dos voos para um destino natalício e frio, pois a activação do plano B parece inevitável! Há quem queira, de imediato, programar o próximo tratamento,  eu é mais planear a próxima viagem!

"Que sera, sera
Whatever will be will be
The future's not ours to see
Que sera, sera!"

Como podem ver não estou na fase megera, estou na fase mais ou menos fofinha. Tema-se o que está para vir! 


Nível de dores: 0-1

Nível de esperança: não vamos falar sobre isso

domingo, 12 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 2

As moinhas continuam, talvez como no ciclo anterior e no outro e no outro, mas agora são vistas ao microscópio, com mais cautela e são motivo para segurar na barriga e repousar um bocado. Palermices! Estes dois dias tenho estado mais quietinha, mas amanhã já vou sair da minha toca, passear a cadela, arrumar a cozinha e fazer o que for preciso sempre com alguns/muitos cuidados! 
Hoje dei por mim a pensar que merecemos mesmo que isto corra bem, que já passámos por muito,  mesmo muito, dois anos de infertilidade! Desde uma perda, a um ciclo FIV cancelado, a uma transferência quase cancelada, por falta de embriões, a uma cirurgia por causa da FIV com montes de exames e análises, fora o hipotiroidismo que falo pouco por aqui, mas que tem sido difícil também, enfim. Estamos cansados de viver para isto. Peço a Deus, encarecidamente, que se tiver um bocadinho, não se esqueça de nós.
Nivel de dores:2
Nível de esperança: 3

sábado, 11 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 1

As moinhas e o inchaço estão bem melhores. Sinto ainda um ligeiro desconforto, mas por causa da endometriose, é raro o dia em que não sei exactamente onde se localizam os meus ovários e o meu útero, se é que me faço entender.
É tão estranha, esta sensação, de não saber se o meu bonequinho de neve já foi pela sanita abaixo. Tenho medo que as dores que senti ontem, fossem contrações uterinas, tenho medo de espirrar e pareço um extraterrestre a andar, com medo de prejudicar alguma coisa.
Quando queremos muito uma coisa é assim.
Nível de dores: 3
Nível de esperança : 1

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

TEC 1

Hoje fomos buscar o nosso bonequinho de neve!
A descongelação correu bem e ele manteve as suas características de blastocisto expandido de 6 dias e de classificação B, é realmente um milagre e maravilhoso que tenha corrido tudo bem! Estamos muito contentes! A transferência correu dentro do normal,  senti algum incómodo e parece que me sinto um pouco inchada e desconfortável. Da próxima vez só bebo um copo de água, a bexiga dá-me conta dos nervos! Clheram-me sangue para ver como estava a progesterona e espero que, mais uma vez, não me liguem até às 21h pois será bom sinal. Se tudo correr bem farei o beta dia 20.
Mantenho-me por casa e tentando estar tranquila na companhia da minha filha canina, preciosa em todos os momentos e neste também !
Obrigada por todas as boas energias e todos os desejos de sorte um grande beijinho a todas

domingo, 5 de novembro de 2017

E o telefone não tocou

Que bom!
Significa que as hormonas funcionaram como deviam.
Ontem à noite administrei o ovitrelle, que é igual ao pregnyl, excepto que mais fácil de administrar, mas muito mais caro, pois ainda não é comparticipado pelo estado. O pregnyl saiu do mercado, tudo o que é barato acaba-se!
Amanhã à noite começo a progesterona. Depois é só esperar por sexta-feira, que é o dia em que saberemos se haverá ou não transferência. Rezo muito para que sim, mas acredito muito pouco nisso, espero estar redondamente enganada e ser surpreendida pela positiva.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Olá Novembro!

Gosto muito do mês de Novembro. Foi em Novembro que eu e o meu marido começámos a namorar, por isso só podia ser um mês muito bonito e especial! Por esse mesmo motivo e em jeito de comemoração, já fomos a imensos sítios em Novembro, uns mais longe, outros mais perto, mas foi sempre muito bom. O único Novembro em que não viajámos, foi em 2015, quando nos mudámos para a nossa primeira e actual casa, construída a dois. Foi também em Novembro de 2015 que concebemos a nossa única gravidez, que acabou por se revelar, já em Dezembro, uma gravidez não evolutiva, bioquímica.
Hoje tivemos consulta na IVI e há muita coisa que não é certa. Fiz ecografia e análises hormonais, para ver se está tudo ok para avançar para TEC. Se o resultado das análises bater com o da ecografia e se o embrião descongelar bem 6ª feira, dia 10 de Novembro faremos a transferência. O que é engraçado, sem graça nenhuma, é o dia 10. 10/11/2015  também foi o dia em que concebemos o embrião que não evoluiu, enfim coincidências, ou não, da vida.
Não tenho grandes esperanças,mas é inevitável que surjam algumas expectativas. Um dia de cada vez, para hoje, espero apenas que não me liguem da IVI, será um bom sinal, para poder fazer o ovitrelle ás 22h e depois passito a passito!

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

As hormonas são tramadas

Antes da menstruação é isto.
Um desânimo, uma descrença. Uma incapacidade de acreditar. Uma falta de fé.
Mas não são só as hormonas. É a montanha russa do ciclo mentrual. A primeira fase é a fase detective. Controlar a temperatura basal, o muco cervical e os testes de ovulação. Eis que ovulamos, a melhor parte do ciclo. Uma esperança invade o nosso coração, afinal os carrinhos estão a rolar na montanha! Depois vêm os dias de espera, dias melhores, dias piores, mas a ténue fé permanece até ao fim. E por fim, chegam os piores dias do mês em que a montanha russa desce até bem baixo e estaciona num sítio frio e escuro.
Estou tão farta da infertilidade. Já lá vão quase dois anos na montanha russa e tiirando alguns intervalos, tem-se vivido para isto. Quando penso que já passamos por isto há dois anos é terrível. Dois anos é uma eternidade.
Ai as hormonas...

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Cariótipos

Cariótipos normais.
Aguardo a menstruação e o dia 9 do ciclo para fazer ecografia e se tudo bem dar início à preparação para TEC, que será em ciclo natural.
Confesso que estou contente, mas que não tenho qualquer esperança num resultado positivo. Mas o caminho faz-se caminhando e eu tenho que ir buscar o meu bonequinho de neve, que há-de sobreviver pelo menos à descongelação!
Sem grandes novidades, sem grandes esperanças, dormente é o meu estado.

sábado, 14 de outubro de 2017

Esperar ...

pelos cariótipos. É a ordem do dia! Não fiz ecografia na quarta-feira, por isso não sei se está tudo a rolar como devia, mas tive TO positivo e subida da temperatura basal, logo suponho que tenha ovulado. Agora em relação a quistos e afins não faço ideia! Este mês não tive muitas dores de ovulação, mas penso que tenha ovulado do ovário esquerdo! Na consulta falámos sobre a cirurgia e as opiniões do Dr. Setúbal e vamos tentar fazer a TEC em ciclo natural, o que me deixa mais descansada, do que estar a meter estrogenios ao barulho! É que o estrogénio é o combustível da endometriose...
Assim estamos a aguardar os cariótipos. E é claro que eu, uma profissional da preocupação, tenho os meus receios. Espero que esteja tudo bem nesse campo. Vamos ver. Assim os cariótipos estarão prontos em 2 semanas e se Deus quiser a tempo da realização da TEC no próximo ciclo!!


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Pré consulta IVI


- Aperto no peito. Check
- Nó na garganta. Check
- Dia arruinado. Check
- Esperança que tudo esteja dentro da normalidade nula. Check
- Medo da ecografia. Check
- Stress terrível no dia em que ovulo. Check
- Não conseguir pensar que são estas consultas que eventualmente um dia me trarão um filho. CHECK
- Reunir toda uma enciclopédia de exames, análises,  relatórios de cirurgia, notas de  alta, relatórios anatomopatológicos, etc. Check
-Panicar no geral e no particular. Check!!'

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Infertilidade a quanto obrigas


Pessoalmente não consigo e, em boa verdade, a endometriose não me permite fazer tratamentos atrás de tratamentos! A minha saúde também conta, e tenho medo de dar cabo do útero e aí é que já não há volta a dar. Ele já não é, de si, muito saudável, por isso, mais vale não brincar com o fogo.
Sendo que é ponto acente que só irei fazer mais uma estimulação na vida, se a TEC não resultar e se a endometriose permitir, tínhamos uma decisão entre mãos.
Então ou marcava já viagem a Viena e Budapeste para novembro  (mercados de natal <3 <3) e esqueciamos a TEC até lá, ou fazia TEC no próximo ciclo e esquecia a viagem.
A única coisa que me faz alegremente desistir desta viagem é uma gravidez. Assim, e porque não posso marcar voos, pois não há cancelamentos gratuitos, o que posso fazer é marcar tudo o que conseguir, com cancelamento gratuito e assim que souber o veredicto da TEC marco os voos, sendo que há a hipótese de marcar os voos bem mais cedo do que imagino, se o meu bichinho não sobreviver à descongelacão.  Assim, com isto resolvido fico mais calma, nem quero pensar numa TEC negativa e privar-nos desta escapadinha de inverno. Vou é pagar um balurdio pelos voos, mas enfim!

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Frases

Quando metem no facebook um meme de malta a rir que diz "When people without kids tell me they´re exhausted" apetece-me desatar ao estalo!
E responder...



E atirar mais umas quantas para o ar... 






terça-feira, 19 de setembro de 2017

http://abcnews.go.com/Lifestyle/woman-documents-vitro-fertilization-journey-incredibly-honest/story?id=49928379

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Goodbye serenity hello big mess!

Ciclo marado, temperatura basal que é um mistério, ovulação já deve ter sido isto quando estou no dia 10 do ciclo...
Mandei mail ao Dr. Sérgio, a perguntar a que dia do ciclo convém marcar consulta para programar a TEC!

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Alien

Nos tempos em que as notícias de segundos filhos abundam sinto-me um alien. Um ser do outro mundo, verde esquisito e muito diferente dos outros seres que habitam o planeta!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A laparoscopia e a segunda menstruação

Olá vida!
Este segundo ciclo foi infinitamente melhor. Tive dores, em especial no primeiro dia, tive que intercalar nimed com nolotil, mas no segundo dia já só tomei nimed e hoje ainda não tomei nada. É certo que ajudou e muito ter calhado ao fim de semana e ter podido parar e descansar sempre que necessário, mas mesmo assim acho que foi bastante melhor.
No ciclo passado custava-me imenso urinar, sentia o útero enorme e esvaziar a bexiga era algo demorado e doloroso. Desta vez zero sintomas. Uff!
Para quem duvida dos efeitos da cirurgia à endometriose, na qualidade de vida da mulher, eu sou o exemplo vivo que comprova os seus benefícios . Feita por especialistas é uma diferença do dia para a noite. Menstruação pré cirurgia foi insuportável,  terrível, desumana, a primeira menstruação pós-cirurgia foi difícil mas incomparavelmente melhor e continuo a melhorar. É possível viver melhor com endometriose. TER DOR NÃO É NORMAL, não deixem que ninguém vos convença disto, nunca!
Pedi pouco, mas este pouco é tanto!!!

sábado, 2 de setembro de 2017

Serenidade

Hoje começou a menstruação e como já disse só espero e peço alguma paz em termos de dores, o resto vai-se arranjando.
Desculpem ser tão gráfica, mas nisto dos ciclos naturais, FIV/ICSI, infertilidade no geral, o dia em que se vê sangue é um dia de conclusões e é um momento sempre estranho, não sei se complicado é a palavra, mas é uma altura de nova constatação da dura realidade o que não é, nem pode ser fácil. O sangue é um dos piores inimigos da mulher infértil. No entanto, com uma menstruação no dia esperado, começa um novo ciclo e fica a ideia que não nos enganámos no dia da ovulação e que tudo está a rolar como deveria, isto na vida de quem já pouco pede, ser regular e não ter spotting são dois bónus.
Neste ciclo que se inicia deposito todos os sonhos do mundo. Porque não? Que mal faz sonhar? Se não acontecer não acontece, temos a TEC e planos de uma nova FIV no futuro, se nada correr bem, não faz mal, ainda nos resta a DO, e se não resultar, bem, se não resultar teremos que trabalhar para ser felizes os dois, a vida terá que ser mais do que a infertilidade e o enorme desejo de ser mãe. Vamos tentar pensar de forma positiva e sobretudo trabalhar na aceitação daquilo que a vida me for dando.

"Concedei-nos Senhor, serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguirmos umas das outras."
Reinhold Niebuhr

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O que vai cá dentro #7

Bom, os dias sucedem-se e este primeiro ciclo chega agora ao fim. Como faço suplementação com progesterona, na 2ª metade do ciclo, não há spotting e, nesse campo, tudo bem, tudo normal. Anunciam-se, estes dias, os sintomas da chegada da menstruação, o frio, o cansaço extremo, a vontade mais repetida de fazer chichi e as contracções uterinas, a dor, o de sempre e que não deixa margem para dúvidas. Nesse aspecto tenho a "sorte" de conhecer o meu corpo e de na maioria dos ciclos não ter de esperar os 14 dias para ter certezas, salvo algumas excepções em que fui enganada. No ciclo de FIV bastou-me o frio para saber. Tenho sorte também, de não ter nenhum efeito secundário da progesterona, nem tão pouco sensibilidade mamária, essa só surgiu com o pregnyl, de resto não há medicação que interfira aqui com esta zona.
Não pensem que me venho lamentar deste ciclo ser negativo. Claro que era bom, maravilhoso e merecido este ciclo ser o derradeiro, mas tenho noção que é mais difícil do que encontrar uma agulha num palheiro. Não me tenho iludido nada. Tenho ido ao sabor do vento e tive uma gripe feiosa que não me permitiu lembrar-me muito da coisa. Sei através de controlo e de testes de ovulação quando ovulei, mas não mais do que isso, sei que tive um óptimo fim de semana cheio de sorrisos e alegria a seguir à ovulação, o tão famoso "relaxa que acontece" também não é a desculpa desta vez.
Agora, a única coisa que verdadeiramente peço é que esta menstruação me poupe, em termos de dor e de mau estar.  A que ponto cheguei, os meus pedidos resumem-se a não ter dores. O resto, não há Deus, nem talvez médicos que me ajudem.
Nos últimos dias muitas das conversas à minha volta são sobre o tema filhos, gravidezes, partos. Lá estou eu na plateia, a ver a vida dos outros passar enquanto a minha está parada. Tenho estado quase anestesiada, tem sido assim.
Sentir o amor que sinto pela minha afilhada, vê-la chamar-me feliz e encantada de "madinha" olhar os seus olhos lindos fazem-se sentir feliz, muito feliz e triste muito triste. Se este amor já é tão grande imagino, tento imaginar, o que será o amor por um filho nosso. Mais uma vez teimo em não conseguir esquecer, ainda que por um segundo, os dois anos de infertilidade e é cada vez mais difícil conseguir acreditar.
Para a semana estou de férias, ao menos isso.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Let it go?

Time keeps flying

And you keep on trying
You gotta get up, get up, get up
And do it Good
Life is precious
Full of treasures
You gotta get up, get up, get up
And live it out
This constant struggling
Maybe It's meant to be
Somehow i believe
You gotta get up, get up, get up
And make it real
You gotta get up, get up, get up
Theres a reason for everything
And let it go


Passava esta música na rádio quando uma colega me dá a boa-nova. Está grávida, do segundo filho. Claro que fico feliz por ela, pois era esse o seu desejo. Claro que quero que corra tudo bem com ela com a gravidez e que tenha um bébé lindo e saudável. Que tipo de monstro seria eu, se não fosse este o meu desejo. Não é nada disso! Mas agora era a minha vez, era eu que merecia essa alegria, essa felicidade, era eu. Da última vez que ela esteve grávida eu também engravidei e poderíamos ter flhos da mesma idade, praticamente. Poderia ser eu agora a tentar o segundo e nem o primeiro ainda tive. É demasiado duro e injusto, é cruel.
Tal como o Dr. António Setúbal aconselhou estamos a tentar naturalmente e vendo ciclo a ciclo. Vamos ver como será esta menstruação e se o próximo ciclo vai acontecer, pois se for doloroso não há hipótese pílula contínua e em Outubro vamos tentar ir buscar o nosso bonequinho de neve.
Deixar ir? Seria melhor?

"Time keeps flying 
nd you keep on trying(...) this constant struggling (...) Theres a reason for everything, let it go."

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Limpezas de verão ...

...esse grande flagelo!
Lavar tudo, limpar tudo, despejar armários e gavetas e esfregar paredes!
Limpar o pó, lavar roupas e cortinados, dizer adeus aos ácaros gordinhos que habitam a casa e renovar o ar, e a energia! Deitar fora, dizer adeus a coisas, a objectos! Pôr tudo a circular!
Muito maravilhoso e lírico... Mas tenho uma dor de costas e de pernas que mal me ponho em pé! Foi um belo fim de semana! E amanhã há mais!
A única coisa boa é que enquanto se anda nisto não se pensa nas desgraças!
Bom feriado!

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Been there done that

Os sentimentos e as loucuras da infertilidade.
Compreendo perfeitamente cada uma das ilustrações e já as senti e vivi a todas.
Apesar de tudo, ao ver estas imagens sinto-me menos tola e menos sozinha.
<3


Link da história, desta e de outras imagens:
http://www.huffingtonpost.com/entry/moms-comics-show-how-isolating-and-draining-infertility-is_us_5978d28ee4b0c95f37610387

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Oopah!

Mas hoje é só vídeos de grávidas e recém nascidos a invadirem o meu Facebook?
Oh sorte!

sábado, 5 de agosto de 2017

A IVI diz

Relaxe. Aproveite. Sonhe.

E não era mal pensado ! O problema é que num bai dar (sempre quis escrever isto)!!

Fiz a cirurgia e tive a primeira menstruação, que foi complicadota, estava à espera de uma coisa mais soft, mais simpaticazinha, tendo em conta que agora, supostamente, está tudo arranjadinho (dentro dos possíveis) cá dentro!
Outras endogirls acalmaram-me, disseram-me que pode ter sido por ser a primeira menstruação, após a cirurgia, que só fui operada há 4 semanas, e que depois as dores podem ir melhorando. Espero profundamente que sim, porque foi um bocado difícil fazer a minha vidinha nestas condições.
De resto vamos andando, na paz do Senhor ;)! Não sei quando vou à IVI, agora eles também vão estar de férias, lá para Outubro, talvez, até lá vamos ver ainda não decidi se tomo pílula ou se tente alguma coisa naturalmente, como o Dr. Setúbal aconselhou, ainda tenho mais um dia para pensar... Muito tempo portanto! Tudo muito planeado e organizado na minha vida coff coff!
Entretanto tomar a maca foi-se tornando um hábito e bastante suportável. A maca, para quem ainda não teve o desprazer de conhecer é um tubérculo que vive a 4000m de altitude, nos Andes! É um superalimento, rico numa série de nutrientes que supostamente dá energia e vitalidade, melhora o equilíbrio hormonal, melhora a fertilidade e ainda a libido ;). A juntar à maca tomo mais uma pilha de coisas, qualquer dia escrevo em detalhe sobre isso.
E pronto é assim!

terça-feira, 1 de agosto de 2017

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Por cá

Por cá vamos andando!
Após a baixa da cirurgia, trabalhei meia dúzia de dias e entrei de férias. As férias já estavam marcadas no trabalho desde Abril, mas não tínhamos reservado nada. Aguardávamos o resultado da PET da avózinha mais querida, para decidir o que faríamos. 
O marido estava super cansado, muito trabalho, muitas piscinas até Lisboa, para ir com a criatura (eu), para exames e consultas e depois para visitar a criatura ao hospital. Assim que o milagre aconteceu (PET ok) marcámos 3 noites a sul para descansar o corpo e a mente. 
Foi bastante bom, estar a dois, relaxar e foi apenas interrompido pelas dores da criatura. Sim, dores! Há uma coisa que a cirurgia à endometriose não pode tratar, a adenomiose. Quer dizer poder tratar pode, com histerectomia... Tenho adenomiose (endometriose dentro do miometrio/camada muscular do útero) diagnosticada desde 2011, mas, felizmente, sem muitos dos seus sintomas tipicos, nomeadamente, sem dores no útero. Pois que dores no útero não me largam há uma semana, com contrações uterinas, acompanhadas de perdas de sangue que associo à pílula contínua. 
Como não dá para se viver assim, parei a pílula ontem e aguardo aterrorizada a menstruação.
Não acredito num futuro próspero com estas dores que são físicas e chatas e também bastante terríveis em termos emocionais e psicológicos. 
O Dr. António Setúbal apesar dos valores de amh gostava que tentasse, até novembro, uma gravidez espontânea, eu não sei se seguirei o seu conselho. Para já quero ver como será esta menstruação e quero evitar pensar na cara do Dr. Sérgio quando vir o resultado da amh... Detesto pensar em voltar à IVI! Se há 2 sítios que detesto são a IVI e o atrium saldanha (consultório CEI), só de pensar no aperto no peito e na dor de barriga... Voltar a IVI significa voltar às monitotizações, medições, medicações , e por fim se tudo correr bem,  descongelacao... tão bom... tudo por um filho...

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Uma no cravo e outra na ferradura!

Hoje foi na ferradura!
Que bela notícia este 19/07 nos trouxe! Faz um ano e dois dias, que soube do cancro da minha avó, e hoje tivemos boas notícias. Até tenho medo de escrever.
Cabeça de fora e inspiração profunda à tona de água.

terça-feira, 18 de julho de 2017

E continua

Nesse dia chorámos imenso, imenso enquanto família, não por nós, mas por ela porque não queremos ela sofra e ela, que é avó, que é mãe, que é amiga, que é vizinha, que é dona de um cão que é meu mas que é mais dela, que é confidente, que é tanta coisa, não é só uma velhota de 82 anos, ela é uma pessoa activa e é muito mais do que o que consigo dizer e explicar por palavras, ela é nossa e é muito especial. Nesse mesmo dia, ao final do dia soube que a cirurgia tinha sido aceite e que seria comparticipada pelo seguro.
Em uma semana preparámos tudo, no fim de semana comecei a terrível preparação intestinal e a dieta rigorosa e no dia 3 de Julho fui internada. Esperava-me uma complicada cirurgia com a duração de 4h30 no dia 4 de Julho de 2017! Só que não eram esses os planos que Deus tinha para mim! Quando abri os olhos e consegui perceber o que se passava à minha volta o grande relógio electrónico de parede do recobro dizia que eram 11h. 11h? Mas a minha cirurgia era para terminar lá para as 13h-14h... O que é que se passa aqui, pensei eu! Passado um bocadinho fui para o quarto e sou recebida pela minha mãe que num misto de alegria e alívio por ter ali a sua gaiata, me diz que a cirurgia correu muito bem,e que as coisas não estavam assim tão más, que tinha demorado menos tempo, que as minhas trompas estavam boas e que o Dr. tinha dito que talvez fosse possível uma gravidez espontânea! Uau isso eram boas notícias, que estranho haver boas notícias! A minha recuperação foi boa e está a ser boa, dentro do possível! Fiz uma onfalite que estou a tratar com antibiótico e anti-inflamatório, mas que espero que fique melhor rápido.
A minha avó já fez a PET e pude passar uma semana (de baixa) com ela, o que foi muito bom, agora aguardamos esperançosos o resultado.
O Dr. António Setúbal estava optimista relativamente a uma gravidez espontânea (eu não), mas ontem recebi o resultado da anti-mulleriana pós cirúrgica. No ano passado por esta altura estava a 1,61, agora está a 0,61. O laboratório não é o mesmo mas é triste e desanima um grande bocado. Não chorei nem nada, mas desanimei outra vez, fui-me um bocado abaixo e voltei a sentir-me menos tudo, menos pessoa, menos mulher, menos...
Se fosse outro tipo de pessoa estaria esperançosa e depositaria as minhas esperanças no meu embriãozinho congelado, mas não consigo ser assim, não consigo ser essa pessoa optimista, com muita pena minha. Acho que ele nem à descongelação vai sobreviver, quanto mais implantar. Pensar positivo não é comigo, estou a tentar encontrar uma clínica para fazer psicoterapia e vou voltar a escrever assiduamente por aqui, porque me faz bem.Enquanto estive internada no hospital da Luz falei com uma psicóloga e noto que me fez muito bem, quero continuar com esta experiência.
Quero tentar ser uma pessoa diferente, mais optimista e mais feliz, será possível?

O que ficou por dizer...

Os títulos podiam ser imensos:
- A infertilidade não é para meninos;
- A endometriose é o meu pior inimigo;
- Eu sou a minha pior inimiga;
- Podia ser um título com todas as asneiras e nomes feios que conheço, entre muitos outro títulos possíveis!

Dia 30 de Maio fui a consulta e ecografia com os melhores, o Dr. António Setúbal e o Dr. Alberto Relvas. Ia cheia de medo,porque sabia que isto estava mal. Desde a FIV que sentia dores a nível rectal que tentava disfarçar e desculpar com esperança que a dor se esquecesse de mim, mas nunca esqueceu. Depois da consulta de dia 26 de Maio na IVI, em que levei o balde de água fria, que também já era calculado, era tempo de  levar o próximo.
O único ovário que respondeu um pouco, com 5 ovócitos,  ás doses máximas de estimulação foi o direito, pois claro que era lá que segundo a ecografia se encontrava, supostamente, o endometrioma de mais de 4cm, com perfeita indicação cirúrgica, além do nódulo no septo recto-vaginal que justificava as dores e o incómodo rectal. Marcação de consultas de seguimento, ressonância magnética e segunda cirurgia da minha vida devido à endometriose.
No tempo entre a consulta e a  ressonância deu para fazer o que sei fazer melhor: preocupar-me e ler. Li bastante e cheguei até a convencer-me que não seria operada! Santa inocência! Esta era, aliás, a opinião do Dr. Sérgio, pois uma segunda cirurgia iria destruir ainda mais a minha reserva já de si baixa e má. Sempre que se remove um endometrioma vem tecido ovárico atrás e com ele folículos, o que para quem já tem uma cirurgia anterior e má reserva pode ser devastador e significar falência ovárica.
No dia 6 de Junho recebo orçamento dos honorários médicos para a realização da cirurgia. Como o médico não tem acordo com nenhum seguro, recebo apenas uma pequena percentagem de comparticipação, isto é quando o seguro de saúde autoriza a cirurgia (ainda faltava essa parte). Os valores são astronómicos, mais do que o valor de uma FIV na IVI para se ter noção. Confio de olhos fechados no meu médico, conceituado internacionalmente, o valor das capacidades dele é incalculável, mas eu não sou rica e foi muito complicado aceitar. Aceitar, que mais uma vez a minha vida se resumia a trabalhar para a endometriose e para a infertilidade. Senti muita raiva e uma grande revolta.
Ressonância feita no dia 7 de Junho, lá ultrapassei a minha claustrofobia e não foi preciso levar o temível contraste. 
No dia 8 aparece a menstruação e na madrugada de dia 10 sou acordada por dores horríveis, completamente insuportáveis. Tomei toda a carga de medicação disponível, com misturas que nem sei se são seguras de fazer e só depois de umas 3 horas de sofrimento e de choro compulsivo pela dor física que sentia (com a minha cadela aflita também atrás de mim), consegui adormecer. Nesse dia soube de imediato que não tinha escolha, tinha que ser operada, não havia outra opção, não podia passar por outra menstruação assim, passei o dia de cama, porque era feriado e não tinha de trabalhar. Mas e se tivesse? Como seria? Honestamente, tinha-me esquecido do que eram as dores da endometriose. Não as sentia desde meados de 2011,desde que comecei a tomar a pílula contínua para preparar a primeira cirurgia e não me recordava deste sofrimento. O tempo vai passando e vamos esquecendo a profundidade e a crueldade da dor. Naquele dia pensei imenso nas mulheres com endometriose não diagnosticada, menosprezadas, chamadas de doidas, hipocondríacas, fracas, sensiveizinhas, pelos médicos. Como será sentir esta brutalidade e ainda ser intitulada de histérica e doida? Como se sentirão estas mulheres? Nem que venha o papa! Ter dor na menstruação NÃO É NORMAL! Estes médicos deviam sentir uma vez na vida o que é a dor da endometriose, podia ser que assim percebessem.
Os dias foram passando e resultados da ressonância nada de chegarem! Consulta de pré-operatório no dia 12/06 de manhã e resultados de ressonância nada... Tudo para ajudar ao stress. Entretanto chegam os resultados à tarde e a minha alma fica parva. A endometriose sempre e só me meteu medo pela infertilidade. Estou-me a lixar para mim, sei que não posso viver com mentruações como a de Junho e que tenho que me tratar, mas o que sempre me assustou foi a infertilidade. No dia 12 de Junho isso mudou um pouco, pois ao ler aquele relatório tive medo por mim, pela minha saúde. Ler o caos em que estava por dentro ler que tinha ureteres repuxados, e tantas outras coisas foi verdadeiramente assustador. Relativamente ao endometrioma a ressonância dizia que afinal eram dois! Um no lado esquerdo e um no lado direito e esta foi a única "boa notícia", pois o do lado direito teria "apenas" 1,3cm o que significava perder menos tecido ovárico do único ovário, que embora a carvão, ainda responde! Falava também em comprometimento bilateral das trompas, que foi difícil de aceitar, mas lá fui fazendo o luto pelas ditas e lá fui aceitando que nem por milagre alguma vez engravidaria espontaneamente. Como recebi o relatório da ressonância após a consulta nunca pude discutir este relatório com o médico, porque ele não me respondeu ás perguntas do email e aí ele falhou, o que tentei aceitar como pude.
Entretanto os dias foram passando e nada de novidades do seguro, sem aprovação do seguro não havia cirurgia. O valor total da cirurgia é a soma dos honorários médicos, comparticipados em uma pequena parte pelo seguro e o valor dos gastos hospitalares, que eram outro tanto, estes comparticipados a quase 100% pelo seguro.
No dia 27 de Junho, continuava sem respostas por parte do seguro, apesar dos sucessivos e inúmeros contactos e a minha avó teve consulta de seguimento do cancro da mama. Nesse dia os marcadores tumorais estavam altos e foi marcada uma PET scan, para pesquisa de metástases. Eu sem saber como iria ser a minha vida, se dali a uma semana seria operada ou não.  Estava a ser insuportável lidar com esta avalanche de sentimentos.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Precisava de uma merda a correr bem

Sem saber se vou ser operada porque o seguro está mudo, apesar dos contactos, apesar da insistência estou aqui sem saber o meu destino. Sem saber se daqui a uma semana estou a acordar de uma cirurgia, ou se venho trabalhar.
Hoje os marcadores tumorais da minha avó estavam mais altos e vai fazer uma pet scan. É muito provável, é certo que há metástases. Nos ossos, ou gastrointestinais ou sabe-se lá onde. Eu sei que ela é velhota, eu sei que ela estar comigo até esta idade é um presente que tantos já não têm a sorte de ter, eu sei que há casos tão piores, tanta gente nova, tantas crianças. Mas ela é minha! E eu não quero que ela vá! A falta que ela me faz! Não consigo expressar em palavras tudo tudo o que ela é para mim. Mas o pior não sou eu, que se lixe o eu, que se lixe o que eu sinto. O pior é  ela, é o sofrimento dela, é a ansiedade dela por saber que algo não está bem. Ai como eu queria protegê-la de todo o mal, como eu queria que ela não sofresse, que ela não passasse pelo sofrimento que está a passar. E a minha mãe que é tão tão ligada à sua mãe a passar por isto. Elas não merecem nada disto, ninguém merece, nem novos nem velhos. Maldita doença. 
Não existe Deus.
Depois de uma vida inteira, a ser católica, de ter recebido os sacramentos, depois de ter feito questão de me casar na igreja para pedir o seu amparo e a sua bênção, depois de tudo aos 31 anos vejo-me abandonada à minha sorte e não acredito em mais nada, o que é também motivo de tristeza imensa.


P.s. que me desculpem as meninas que estão grávidas por não vos dar os parabéns como deve de ser tenho estado envolta em tristeza. Mas não pensem nem por um momento que não estou feliz por vocês. Merecem muito muito muito cada alegria que estão receber, estou muito feliz por voces. Que tenham a melhor gravidez, mais descansada e sem sobressaltos possivel é o que vos desejo de coração.


segunda-feira, 26 de junho de 2017

O testemunho dela e a minha vergonha

Andava pelas redes sociais a rolar o dedo pelas novidades, pelas vidas, que se escrevem em mais um fim de semana. Até que, como um murro no estômago, encontrei o testemunho dela.
Era um sábado de lamento. Era um dia, mais um dia, de inércia, depressão e ansiedade. Pela minha condição, pela minha endometriose, pela minha infertilidade, pela autorização da minha cirurgia pelo seguro de saúde que teima em não chegar, pelo constante vigiar do cancro da minha avó. Era mais um sábado igual a tantos sábados, igual a tantos dos meus dias, quase todos. Dia de tristeza, dia de aperto no peito, dia de angústia, de depressão. Até que encontrei o testemunho dela. Uma "amiga" colocou um like no "testemunho", na partilha dos sentimentos dela. Contrariamente ao que costumo fazer, fui ler.Não a conheço. Tem a mesma idade que eu, tem a mesma profissão, é muito bonita, tem um corpo atlético conseguido concerteza através de muita dedicação. Exercício e uma alimentação saudável. Tem cancro. Tem 30 anos, é muito bonita, muito cuidada, faz exercício diariamente, come bem diariamente e tem linfoma. Tenho 30 anos, não pratico nenhum exercício, não como espectacularmente bem e nada indica que tenha cancro. Porquê ela, não é?  Que sentido faz? Porque estou eu, para aqui a sentir-me lixo ,quando devia aproveitar esta dádiva que é ter alguma saúde. Escreve ela :
"Quero (...) viajar, esquecer tudo isto...mas acima de tudo só queria estar bem! Até poderia não ter emprego, dinheiro...mas se tivesse saúde era a pessoa mais feliz do mundo! ".
Vergonha de me sentir como me sinto, quando há gente a passar por uma merda destas na vida. Muita vergonha. Vergonha ainda maior por mesmo assim, mesmo com este exemplo, mesmo reconhecendo a palerma que sou, o aperto no peito não desapareceu.

sábado, 10 de junho de 2017

Desabafo

Depois de uma enorme crise de dores que  me acordou por volta das 5h30 da manhã e que só apaziguou por volta das 7h30, depois de ter o orçamento da cirurgia, depois de perceber que este ano as minhas despesas devido à endometriose e à sua irmã infertilidade foram superiores àquilo que recebi, sinto uma raiva e uma revolta enorme, pela minha situação. Não me ajuda em nada sentir-me assim, mas é o que sinto uma tristeza e uma revolta profundas.
Coitado do meu marido.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Informação “concreta” ou nim para mulheres com endometriose e as considerações relativas a cirurgia, transcrito das guidelines da ESHRE

A minha base são as ciências e, nestas coisas além dos conhecimentos que tenho, vindos dos relatos e experiências de mulheres com endometriose, que acompanho desde 2011, "gosto" ou sou obrigada pela minha natureza a ler centenas de abstracts e artigos e a pesquisar muito. Assim, deixo-vos ficar, porque acho que pode ajudar alguém, um micro resumo das partes que achei mais importantes nisto da infertilidade e cirurgia de endometriose das guidelines da ESHRE  de 2013 (Management of women with endometriosis Guideline of the European Society of Human Reproduction and Embryology).

Em mulheres inférteis com endometriomas ováricos que se submetem a a cirurgia os clínicos devem proceder à excisão da cápsula do endometrioma, em vez da drenagem e electrocoagulação da cápsula, para aumentar as taxas de gravidez espontânea
As mulheres submetidas a cistectomia devem ser avisadas e alertadas para os riscos de redução da função ovárica, após a cirurgia, e da possível perda do ovário. A decisão de proceder com a cirurgia deve ser cuidadosamente considerada se a mulher já tiver sido submetida a cirurgia anterior.
Em mulheres com endometriose grau III-IV deve ser considerada a laparoscopia, em vez de "esperar para ver", para aumentar as chances de gravidez espontânea.
Em mulheres inférteis com endometriomas maiores do que 3cm não existe evidência que a cistectomia  (remoção de endometrioma) pré tratamento PMA melhore as taxas de gestação.
A cistectomia laparoscópica do ovário em mulheres com endometriomas unilaterais antes de tratamentos de PMA pode não ser útil para melhorar o resultado do ciclo. Esta conclusão é extraída de vários estudos, mas é fraca devido à limitada consistência na interpretação dos resultados. Com base na ausência de diferenças na taxa de gravidez, alguns autores aconselham a cistectomia, enquanto outros aconselham a cautela com a cirurgia devido ao possível efeito nocivo sobre a reserva do ovário. (= nim)

Apenas se recomenda a remoção de endometriomas maiores do que 3 cm antes de tratamentos de PMA para melhorar a dor da mulher ou a acessibilidade aos folículos.
Recomenda-se o uso de PMA para infertilidade associada a endometriose.
Em mulheres inférteis com endometriose os clínicos devem sugerir tratamento de PMA após a cirurgia, visto que as taxas cumulativas de recorreência de endometriose não aumentam após a estimulação ovárica controlada para FIV/ICSI
Em mulheres com endometriomas os clínicos devem utilizar profilaxia antibiótica na punção folicular, apesar do risco da formação de abcesso ovárico após a aspiração de folículos seja baixa.
Em mulheres inférteis com estadio I/II submetidas a laparoscopia antes do tratamento de PMA deve ser considerada a completa remoção de focos de endometriose para aumentar a taxa de nados vivos, apesar do benefício não estar bem estabelecido.

A cirurgia prévia a tratamentos de PMA em mulheres com endometriose peritoneal, é importante, pois aumenta o sucesso das técnicas de reprodução medicamente assistida.






"Suplementos" para a endometriose/má qualidade ovocitária

Rotina de suplementos por aqui:

Pequeno almoço
Matervita
Maca
Curcumina/Boswellia
Pau d'arco
Vida sana
Xarope de aloe vera

Almoço
Maca
Curcumina/Boswellia
Pau d'arco
Vida sana
Resveratrol
Ubiquinol
Xarope de aloe vera

Jantar
Gérmen de trigo
Maca
Curcumina/Boswellia
Pau d'arco
Vida sana
Xarope de aloe vera




terça-feira, 6 de junho de 2017

Triste e cansada

...tem sido assim o meu estado de espírito.
Tento não me ir abaixo. Tento não ser mal agradecida, porque podia ter algo bem pior, mas não me sinto bem.
Ando a fazer imensos exames, amanhã faço ressonância magnética pélvica com preparação intestinal, uma chatice. Faltar ao trabalho, atrapalhar a vida do meu marido, mais uma chatice.
Nalguns dias consigo ter um espírito mais positivo, em dias como o de hoje, com tpm, para piorar, não estou a conseguir.
Ter o médico da infertilidade a discordar do médico da endometriose também não ajuda. E ler estudos que dizem nim à cirurgia também não. 
Não dá para fugir.
Tenho que ir buscar forças, mas já não sei bem onde.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Por um momento

Por um momento, permitam-me não ter fé. Por um momento, não me peçam para acreditar, para ter esperança, para me focar nas coisas boas.
Por um momento, não me digam que vai correr tudo bem.
Por um momento, deixem-me questionar, deixem-me perguntar: Porquê eu? Porquê a mim?
Por um momento deixem-me achar que eu não mereço este fim, este destino.

Depois, como sempre, vou levantar-me, vou voltar a lutar e vou mentir a mim própria com todas as letras e dizer que acredito e que vai correr bem.

A consulta de endometriose não só mostrou a adenomiose, o nódulo no ligamento útero-sagrado como o aparecimento de um nódulo no septo rectovaginal e um grande emdometrioma de 4cm, tudo com indicação cirúrgica. Endometrioma no ovário, no ÚNICO ovário que responde moderadamente à estimulação.  Cirurgia agendada em que mais um pedaço do meu ovário dos meus ovócitos se vai embora e com eles, mais um bocado de mim, da minha alma. Sinto-me um mutante, um ser do outro mundo que anda por aí com as mãos e os braços e a alma pendurada por finos fios.

E é assim o belo dia, em que todos os meus maiores sonhos vão por água abaixo. Estou farta de tentar ser forte e farta de levar com baldes de de água fria.
Permitam-me que hoje esteja assim por um momento.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

O dia que antecede uma consulta e ecografia com os especialistas da endometriose, é terrível em termos psicológicos.
Estou tão fartinha desta constante ansiedade.

Inspira, expira e não pira.

domingo, 28 de maio de 2017

O que vai cá dentro #6


Quando começámos a tentar engravidar já sabíamos que, em princípio, a coisa não iria ser fácil.
A cirurgia que abordou os dois ovários, a certeza que a minha reserva ovárica não tinha a mesma "idade" que eu e a endometriose com a sub-fertilidade associada, adivinhavam um cenário de dificuldades.
A gravidez bioquímica animou o meu marido, que dizia ser um bom presságio, se já tinha acontecido uma vez, seria um bom sinal, certo? Para mim nunca o foi, na realidade. 
Hoje em dia sei muito mais já li centenas de artigos e abstracts sobre a endometriose e seus efeitos nos ovários, na quantidade e qualidade dos ovócitos, sobre as técnicas de PMA que são mais eficazes com a endometriose, sobre as minhas hipóteses com a DO e etc.
Neste tempo todo sofremos muito, ansiámos e expectámos imenso, como diz a mylittlefairytale, olho para o espelho e neste ano e meio de tentativas falhadas sinto que envelheci imenso, sinto que empobreci a minha saúde, que não tive grande qualidade de vida, pois contam-se pelos dedos de "meia mão", os dias em que não pensei em infertilidade, em bebés e em gravidez. Não sei o que é viver sem pensar nisto nos dias que correm, e isso é uma grande tristeza, porque a vida é uma dádiva e com toda a certeza, não a tenho encarado assim, tenho sobrevivido dia após dia, apenas isso, sobrevivido.
Neste tempo todo aprendi, que apesar de saber desde os 24 que tenho endometriose, não estava preparada para isto, nem para estas dificuldades todas. Logo eu, que me preparo sempre para o pior e hoje agradeço por isso, por esta "santa ignorância".
Neste tempo todo as minhas ideias mudaram, evoluí um pouco, aceito outras opções que não aceitava ou com as quais convivia muito mal no início da caminhada, como o dinheiro que se gasta e a doação de ovócitos, tudo por um filho é mesmo tudo.
Neste tempo todo já fiz as coisas mais ridículas, já fingi não ver conhecidas que estão grávidas ou que passeiam os bebés orgulhosamente nos seus carrinhos, já fui a pé para casa porque perto de onde tinha o meu carro estacionado estava um casal de conhecidos com a sua recém nascida, já deixei de ir a jantares onde sabia que estavam grávidas, já "fugi" de uma colega que me ia dizer pessoalmente que estava grávida, porque tinha receio de desatar a chorar, e todo um outro conjunto de figuras tristes que me envergonham, mas que preciso fazer para me proteger um bocadinho.

Nesta consulta ouvi do médico tudo o que, linha por linha, mais temia:
- reserva ovárica muito baixa,
- ovócitos de má qualidade, que originam embriões de má qualidade,
- blastocisto de seis dias com menores possibilidades de implantação.
Nada, mesmo nada, é novidade para mim, mas ouvir isto, dói para caraças, não consigo evitar sentir que é uma enorme injustiça termos que passar por isto, não consigo mesmo. Acho que só vou deixar de acreditar quando esgotarmos os embriões de uma doação de ovócitos, até lá vou tendo esperança. É, sem dúvida, uma esperança mais comedida, mais racional e sem os meus "prazos", o engravidar aos 30, em 2017 , o poder dar um bisneto à minha avó antes dela partir, tudo isso está cada vez mais desvanecido. O que não desvanece é o sentimento de culpa de impedir que o meu marido seja pai, e de que os meus sogros sejam avós dos filhos do filho. O meu marido, por seu lado, continua a dizer que me tem a mim, e que não é o fim do mundo se não tivermos filhos, eu não acredito nisso e quando o vejo com crianças...

Por pior que tenha sido esta consulta, num qualquer sentido masoquista trouxe-me uma certa paz, não sei explicar porquê, talvez por aceitar cada vez mais e melhor a DO, não sei. Enquanto estamos à espera de quais serão os próximos passos, pois vai depender da consulta de 3ª feira, vou tomar alguns suplementos que may or may not melhorar a qualidade ovoctiária, nomedamente: ubiquinol, resveratrol, gérmen de trigo, maca e manter o matervita.

A infertilidade é uma guerra, com sangue suor e lágrimas, em sentido literal. Eu já levei com "muitas balas", não sou uma pessoa forte e corajosa, mas sei que esta merda não é para toda a gente e nós temo-nos aguentado por aqui, nuns dias melhor, noutros pior, mas a guerra é mesmo assim.


sexta-feira, 26 de maio de 2017

1a FIV/ICSI consulta de encerramento de ciclo

Hoje foi a consulta de encerramento deste primeiro ciclo de FIV/ICSI falhado.
A não implantação do blastocisto não quer dizer nada, o facto do blastocisto não ser maravilhoso não ajuda. Temos um de 6 dias mais bonito, mas tem seis dias, logo taxas menores de implantação. Mais difícil, não quer dizer impossível, mas no meu caso....enfim.
Os meus ovócitos são poucos e maus.  Os meus ovários estão podres, não servem para nadinha. O panorama deste ciclo pode ser o nosso padrão, ou não. Pode acontecer o mesmo, ou pior, noutro ciclo de FIV, ou podemos ter um ciclo melhor à nossa espera.
O médico não está preocupado com o spotting que iniciou 2 dias antes do beta, porque é muito frequente. Se tivesse aparecido antes aí sim tínhamos que nos preocupar. Ele não deu importância, diz que pode estar relacionado com a carga muito elevada de hormonas, que faz com que o endométrio não aguente a festa.
Vamos fazer a TEC , sem planos, um dia destes, após uma injecção intramuscular de decaptelyl, que vai acalmar a endometriose por estes lados, simulando uma menopausa com a duração de cerca de um mês. Vou, antes disto tudo, ao meu médico da endometriose fazer consulta+eco na próxima 3a feira. Vamos também fazer os cariótipos e ver como anda a minha tiróide.
O Dr. Sérgio foi impecável e paciente começou a falar e eu a fungar e não cheguei ao ugly crying, mas ainda derramei lágrimas suficientes para o Dr. me trazer um lencito. Ele é da opinião que não devemos partir já para DO e nós concordamos. Vamos fazer mais  um ciclo de FIV, pelo menos, se a TEC não resultar.
Nada de novo por aqui. Detesto voltar ao rol interminável de exames e esperas e resultados.
Tudo por um filho.

domingo, 14 de maio de 2017

Amar pelos dois

Para o meu embrião criopreservado :) :

"Se um dia alguém perguntar por mim
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender

Se o teu coração não quiser ceder
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração pode amar pelos dois"


Composição: Luísa Sobral




sexta-feira, 12 de maio de 2017

Ter esperança ou não ter esperança?

Ter esperança que um dia vou ter uma barriga como a das senhoras que vejo na rua e no supermercado, é difícil, sentir esta esperança é sentir, ao mesmo tempo, um aperto tão grande no peito que acho que até parece sufocar! Sentir que há, uma pequena possibilidade, de um dia segurar no colo um filho meu, de o sentir nos meus braços e de poder amá-lo ainda mais do que já o amo, de poder demonstrar todo este amor que já sinto deixa-me os olhos cheios de brilho e água salgada. É tão estranho amar antes de ter visto, amar antes de ter conhecido. É amor antes do amor à primeira vista!
Como pode o meu Deus privar-me de tanto amor, privar-me de vida.
Mas como é que se continua a ter esperança sem sofrer? A alternativa é não esperar nada? Como é que se faz o tão publicitado "pensar positivo", sem magoar bem fundo o meu peito e o meu coração? 
Parece "mais fácil" fingir que não se quer, ou fingir que se aceita, ou dizer que vou focar-me nas coisas boas e viver feliz com o que tenho, ou dizer que não acredito nem um bocadinho que vou engravidar e parir um bébé saudável e pronto, ou dizer que se vive bem sem esta vida na minha vida, sem esse amor quando à nossa volta somos constantemente lembrados da alegria que é ter um filho!

Fogo isto é mesmo difícil!

domingo, 7 de maio de 2017

Maio, o dia da mãe e o tempo que não pára

Mais um maio chegou.
Mais um maio, mês da mãe, mês de Maria, primeiro mês do sol mais quente.
Mais um maio em que tenho muito que agradecer. As "minhas mães", isto é, a minha avó e a minha mãe, estão à distância de um telefonema. Tenho-as com alguma saúde, mesmo ali com todo o colo, com todo o amor. E que presente! Que sorte e que bênção é ter a minha mãe.
Mais um maio em que comemoro este dia da mãe como filha, em que o facebook é inundado das novas mamãs que exibem, felizes, os seus rebentos. Também sou feliz, a minha vida está repleta de coisas e sobretudo de gente boa.
Mais do que um dia da mãe, é o passar de mais um maio que me custa. Lembro-me perfeitamente de maio de 2016 e custa-me perceber que está tudo na mesma ou um pouco pior. Em Maio de 2016 fui à primeira consulta de infertilidade e marquei a consulta da IVI. É duro acreditar que um ano já passou, que as rugas e a expressão cada vez mais cansada não perdoam, que a gordura vai acumulando pela inércia e pela depressão, que os cabelos brancos se multiplicam, que a vida e o tempo não param contra o meu desejo, contra a minha vontade. 
Maio não vai trazer o meu sonho, mas espero que me traga mais vontade. De viver.  De cuidar de mim.

Os últimos tempos

Após o negativo os primeiros dias foram um pouco difíceis. O investimento emocional, físico e monetário é pesado, por isso lidar com a desilusão torna-se complicado.
Nós fomos sempre tentando naturalmente, por isso somam-se meses e meses de desilusão, mas esta foi a mais pesada. Nunca tive altas expectativas, nem pensar, aconteceu-nos quase tudo neste tratamento. Desde poucos folículos, até à transferência praticamente cancelada. Foram dias de grande sofrimento, mas a seguir ao desfecho que este tratamento teve o que é difícil é viver nos primeiros dias que se seguem ao negativo. Arrancar. O que é dificil é arrancar! Vive-me muito tempo para aquilo, quando aquilo termina mal, vive-se para quê?  Para muita coisa é certo, vive-se para nós e para os que nos rodeiam, mas ao início, esta simples conclusão não é assim tão simples!
Depois de arrancar a vida voltou ao normal. Com mais medos devido à endometriose, ainda não fui fazer a consulta de encerramento de ciclo, por medo, por falta de vontade de entrar na clinica, porque entretanto estive de férias, mas tenho dores em sítios onde nunca tive e estou apavorada, para ser honesta. Não só não concretizo um sonho, como estou a dar cabo da minha saúde e da minha qualidade de vida.
Estou um pouco farta do universo e a minha fé, por muito que lute, vai desaparecendo um bocadinho mais a cada dia, por muito que me magoe e me custe dizê-lo/escrevê-lo. Neste mês a infertilidade esteve pouco presente (ao contrário da lembrança constante da endometriose), não houve testes de ovulação nem nada que se pareça. Desde há 5 dias começo com dores no peito, eu nunca tenho tensão mamária. Nunca... Nem com projjefik, nem nada de especial com o estrofem, só mesmo com o pregnyl. Na minha cabeça começou a ecoar um muito leve, mas incómodo, será? Porque nunca, em mês nenhum isto me aconteceu, tirando o mês em que engravidei. Claro que depois veio o spotting e tudo mais. O que quero dizer é: universo, eu precisava de lidar com esta porcaria no único mês em que não estava sequer a pensar nisto?  É uma coisa parva, um pensamento idiota, eu sei. A infertilidade é tão difícil, acho que às vezes qualquer coisinha já é demais
Dias difíceis esperam-me. Tinha imensa esperança que este ano fosse melhor, mas dia a dia essa esperança foge.

sábado, 15 de abril de 2017

O que vai cá dentro #5

Tenho muito respeito e muita amizade pelas pessoas que venho acompanhando aqui, neste mundo, da infertilidade. Torço muito por todas vocês, e sei que também torcem muito por mim. Foram inúmeras as vezes que as vossas palavras foram o meu alento, a minha força, porque ninguém, à excepção do meu marido, me compreende como vocês me compreendem. Sem vocês isto seria ainda mais difícil, e não digo isto para parecer bem, digo porque é verdade, porque o sinto. 
A menstruação apareceu dois dias antes do beta hcg, e além de lidar com o negativo, com o betahcg a zeros, custa-me lidar com o facto de ter aparecido a menstruação antes do suposto, é mais uma coisa para me preocupar, para analisar, para resolver. Já fiz progesterona em diversos ciclos e nunca tinha acontecido. A lista de coisas para lidar vai muito longa, tenho a tiróide desorientada outra vez, enfim, está a ser muito. Demais. Vou tentar afastar-me um pouco da infertilidade durante uns tempos, preciso respirar, preciso de ver que há vida além disto tudo, deste sofrimento e injustiça atrozes.
Voltarei, com certeza, aqui amanhã ou daqui a um mês, porque escrever é a minha terapia. Através da escrita consigo uma catarse que não alcanço de outra forma.

Para vocês toda a sorte. Continuarei sempre a acompanhar-vos.

Até já

terça-feira, 11 de abril de 2017

Teste de gravidez negativo

Passaram 8 dias desde a transferência de um blastocisto de 5 dias.
Passei a noite a sonhar com testes de gravidez, daqueles sonhos que são mais pesadelos, pois parecem tão reais! Ora sonhava com teste positivo, ora acordava e quando voltava a sonhar já era negativo e assim, sucessivamente, uma noite inteira... Naaaaa... Esta incerteza e estas noites tão bem dormidas, não são para mim! A falta de sinais de uma possível gravidez, o aparecimento dos sinais que antecedem a menstruação, a juntar à óptima noite que tive, fizeram-me fazer o teste de gravidez, que tinha aqui em casa guardado. Está negativo. Estou triste, mas não consigo chorar. Acho que sequei as lágrimas de vez! 
Não me sinto culpada. Acho que não fiz nada de errado, que possa ter afectado a implantação do nosso embrião. Não aconteceu porque não tinha que acontecer! Estivemos tanto tempo focados neste tratamento, que o verdadeiramente difícil, é continuar a VIVER depois do negativo, isto é, focarmo-nos nos outros aspectos normais do nosso dia-a-dia. Vive-se mais de um mês só para isto, e depois?  Tenho que reaprender a viver normalmente!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Então e o que se faz por aqui, para melhorar a implantação ?

O nosso milagrinho,  que vai ser sempre um milagre, mesmo que não se tenha implantado, foi logo batizado de "cisto". E "cisto", mesmo que não tenha sido possível ficares, eu sei que lutaste muito por isso e sei que querias muito. É incrível o amor que se sente por um conjuntinho de células microscópicas. Eu sinto esse amor por ti.
Bom, mas então o que é que eu fiz para tentar melhorar as chances de implantação?
- Pés sempre quentinhos,
- Apesar de estar de baixa e mesmo com dores tento não estar demasiado tempo em repouso, para não prejudicar o fluxo sanguíneo para o útero,
-Estou a comer bastante gelatina, mas não directamente do frigorífico. Os alimentos frios não são benéficos, tenho por isso comido refeições reconfortantes e quentinhas, com poucos hidratos de carbono e sem glúten, porque nos primeiros dias parecia um balão,
- Comi ananás até 5 dias após a transferência, com aquela parte dura central,
- Desde o dia da punção nunca mais me apeteceu café, não fiz nenhum esforço para não beber, mas simplesmente não me apetece,
- Como todos os dias papa de aveia com chia, mirtilos, canela e mel ao pequeno almoço, uma delícia,
- Descobri umas meditações no youtube muito giras e tenho meditado, às vezes até adormeço.

Depois do que passámos é impossível estar stressada e ansiosa e triste, apesar de saber, porque acho que nós sentimos estas coisas, que isto não resultou, não consigo deixar de me sentir agradecida! Às vezes acho que estou maluquinha, ou que é das hormonas, mas é assim que me sinto! Na verdade, estas duas semanas de espera, são-me muito familiares e acontecem todos os meses há mais de um ano, este sentimento não é uma novidade para mim, talvez por isso me sinta tão tranquila. O facto de ser a primeira FIV/ICSI tambem alivia e atenua um pouco as coisas. Quando se vão somando os tratamentos e os negativos acredito que este período seja bem pior.
Uma boa semana para todas!

domingo, 9 de abril de 2017

Dia 6 pós transferência

Hoje é o dia 6 pós transferência, ou o dia 5, depende se o dia da transferênciaé o dia 0, ou o dia 1! Uma confusão!
Novidade importante! Ficamos com um blastocisto expandido, de dia 6, congeladinho, uma grande benção, pela qual agradeço todos os dias. De resto não há grandes novidades. Estou bem de saúde, já menos inchada, com menos dores, embora ainda vá tendo umas ocasionais e incómodas pontadas nos ovários. A tensão mamária já é quase inexistente. Não fosse o facto do Dr. Sérgio me ter "obrigado" a ficar em casa, pois a natureza do meu trabalho não era benéfica para este período, mal me lembraria o que vai aqui dentro.
Estou muito feliz por termos chegado até aqui. Muito feliz por termos conseguido transferir, e criopreservar um embrião. Muito feliz pelo homem que tenho ao meu lado, o meu grande amor, o meu herói, a minha vida. Estou muito feliz, embora tenha quase a certeza que o meu/nosso "cisto" já não está aqui, tenho muito, mesmo muito a agradecer.

terça-feira, 4 de abril de 2017

O meu milagre

Ontem foi um dia terrível. Chorei o dia todo após o telefonema. Quem me ligou não me deixou réstia de esperança. Perguntei directamente se iria haver transferência, o que me foi respondido foi que estavam lentos eram células nem morulas eram nem a começar a compactar estavam. " Pelo que eu estou a ver aqui o prognóstico é muito muito muito mau" e como 3x mau não parecia suficiente  rematou com "muito reservado". A minha profissão não intetessa para aqui. Mas eu sei o que é que quer fizer um prognóstico 3x muito mau e muito reservado. E quando dou este tipo de notícia a alguém isto significa fim, morte.
Bom, não vou aqui discutir se as coisas deviam ter sido ditas desta forma ou se mesmo que ditas assim não se devia ter rematado com um "mas vamos lá ver porque às vezes estão assim e conseguem recuperar". Mas sabem que mais? Isso agora não interessa porque hoje 5 min antes das 11 todo o nosso sofrimento de ontem valeu a pena!
O meu amor levou com ele o meu telemóvel para o trabalho porque eu não tinha estofo para falar com o laboratório. Não que tivesse esperança, não!  Para nós estava encerrado! Simplesmente não me sentia com coragem de atender mais uma chamada.
Quando ele me ligou e me disse:
- Prepara-te!
Eu pensei preparada para quê então eu já sei, quando ele continuou:
- Temos lá um para transferir.
- Um? Um quê?
Fiquei incrédula, abananada, parvinha de todo.
-Mas é verdade?
Pois era verdade. Já tenho o meu milagre, o meu campeão, cá dentro. É muito bom termos terminado isto com um blastocisto para transferir. É completamente  diferente de chegar ao fim sem nada no ventre. Agora estou PUPO de um milagre. Um grande milagre! E os outros quatro continuam lá, em observação não estão muito bem, mas amanhã logo se vê!
Obrigada pelo apoio, peço desculpa de vos ter induzido em erro.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Acabou tudo

Sou apenas um esboço do que era antes deste telefonema. Não sei como é continuar a viver depois disto.
Sorte para todas

domingo, 2 de abril de 2017

D3

Já passava das 14h30m quando nos ligaram da IVI! Hello tortura! Adorava que conseguíssemos, os dois, lidar com estas esperas pelos telefonemas de uma forma melhor. Não tem sido possível.
Quando finalmente ligaram as notícias eram que os 5 embriões permaneciam viáveis. Temos 1 A, 1B, 3C. Não sabemos bemcomo reagir a estas notícias, se ficamos tristes ou contentes, até porque ainda se põe a hipótese de uma transferência ao quarto dia,  ou seja, amanhã que para mim é novidade. Continuamos bastante apreensivos e com muito medo de não chegar a transferir. 
São dias difíceis.

No news is good news?

Tortura psicológica.

sexta-feira, 31 de março de 2017

Um grande passo para nós

Dos 7 ovócitos 5 estavam maduros (a sėrio corpo incompetente que não conseguiste amadurecer 7 ovócitos?) e 5 foram microinjectados. Passámos de FIV a ICSI. Dentro daquele embryoscope na IVI está muito amor. Chegámos longe. Mesmo que nos liguem no domingo e nos digam que os nossos embriões, que as nossas células emparelhadas, pararam de crescer, chegámos longe. Se isto acontecer, e se no domingo forem estas as novidades, que aguardamos com ansiedade, vamos ficar completamente destroçados, tristes, desiludidos, frustrados, mas mesmo assim chegámos longe.
Chegámos longe porque tivemos a coragem de avançar, de ser submetidos ao que já fomos submetidos a todo o stress a toda a ansiedade a injeções de hormonas, no meu caso a por seriamente a minha saúde em risco (a minha endometriose bate palminhas a tanta hormona),a uma sedação, etc.
Sabem que mais? Chegámos longe e nós, assim como todos os casais inférteis, e somos tantos, merecemos mesmo ser pais. Merecemos que corra tudo bem, tenho que ter fé que alguém está a olhar por nós e irá valorizar o nosso esforco. Não posso deixar de ter fé e esperança agora. Tenho que me forçar a acreditar todos os dias.

São 11:08

E ninguém liga...
O meu ❤ não aguentaaaaa. Será que nenhum estava maduro? Será que nenhum fecundou? Estariam os folículos vazios?
Esta é sem dúvida a pior parte. Acho que deve ser pior do que a espera pelo beta, quando há transferência...
Que neeeerrrrvvvvos!!!

quinta-feira, 30 de março de 2017

Punção

Hoje foi dia de punção.
A minha primeira punção. Estava bastante nervosa. Já fui operada, e detestei a sensação de ser anestesiada e o período pós cirúrgico/anestésico. No entanto, desta vez foi bem diferente. Soube mesmo bem fugir, um bocadinho, desta loucura toda, que tem inundado os nossos dias.
Ás 9h30 estávamos na IVI, fomos levados pela enfermeira para um quarto muito confortável com casa de banho. Pediram-me para vestir uma bata e calçar ums chinelos, logo depois a enfermeira veio ter comigo, colocou-me a soro ( yaiks yaiks, cateter rosa bem grossinho :) ) e levou-me para o bloco. Já no bloco, apesar da simpatia de toda a equipa, estava bem nervosa, as minhas pernas não paravam quietas, tremia como varas verdes. Desejaram-me bons sonhos e assim foi! Adormeci e passado 15minutos já estava no quarto! O meu marido estava à minha espera e quando acordei já tinha passado da maca para a cama, não me lembro de nada! Parece que fico muito conversadora quando estou sob o efeito de propofol! O meu marido diz que me fartei de falar,  até  perguntei à enfermeira se ela não me podia anestesiar 5 dias, que era espectacular! O meu marido diz que vamos começar a ter o anestésico cá em casa, que eu fico muito fofinha e muito simpática disse à Sra. Enfermeira "obrigada por tudo" e claro, não me lembro de nadinha!
Bom, quando realmente acordei tinha imensas dores, estranhamente, no ovário direito mas sobretudo nas costas e no rim direito. Dores mesmo complicadas. Tive que levar nolotil IV.
Quando melhorei das dores pude beber o néctar de pêssego e as bolachas de agua e sal e só por volta do meio dia, tortura, é que soubemos o número de ovócitos. 7 é o nosso número! Esperemos que seja da sorte!
As dores durante a viagem foram bem difíceis, agora estou melhor. Mantenho-me deitada, em casa, a benuron.
Começou agora a fase 2 deste processo, em que começo a ver o meu telemóvel como o inimigo publico número 1. Só de o imaginar a tocar amanhã apetece-me vomitar! Já sabíamos que iria ser assim, estas esperas, estes impasses.
Tenho que ter fé e acreditar que iremos passar, com sucesso, mais esta etapa! Se há uma semana me dissessem que iria chegar a punção, juro que não acreditava. Baby steps, não posso desistir de acreditar.

terça-feira, 28 de março de 2017

1a FIV, 4a Eco

E não é que o malandrao do meu ovário esquerdo resolveu fazer directa? Os dois folículos cresceram bastante desde ontem e já têm mais do que 15mm. No ovário direito já há alguns bem avançados, espero que não os perca até à punção.
Já parei a estimulação, hoje já dou pregnyl. Foram 11 dias de estimulação.
A punção será 5a feira de manhã.
Vamos ver o que o futuro nos reserva.