quinta-feira, 30 de junho de 2016

Hoje ligaram do laboratório para que eu fizesse a transferência do valor das analises, não sei porque não pudemos pagar logo, fazia muito mais sentido. A senhora disse que já tinha enviado email, pensei que tivesse enviado também as analises.
Posso dizer-vos que entrei em pânico. O coração a bater muito muito rápido, as mãos a tremer, senti-me mal. Senti que ia desmaiar, foi horrível. E estava no trabalho. Não posso partilhar com ninguém. Está a ser difícil.

terça-feira, 28 de junho de 2016

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ver a fotografia de um recém nascido

Dá-me tanta vontade de chorar. É tão lindo tão perfeito. É um milagre tão tão grande. É a perfeição da natureza em estado puro. Como é possível haver algo tão maravilhoso?
Ao mesmo tempo sinto uma dor, um aperto no peito.
Que seja muito feliz, que tenha toda a saúde e toda a paz deste mundo.

Amanhã é o dia D

Depois de falar com algumas meninas seguidas na ivi ,percebi que fazem análises na germano de sousa. Como tenho que ir a trabalho amanhã a Lisboa, a um local que calha em ser perto de um dos pontos de colheita, lá vou eu.
Confesso que hoje estou a panicar e ainda por cima amanhã vou ter um dia que vai parecer não ter fim. Já andei aqui na net à procura de um excelente motivo para não ir, mas não encontro. O dia do ciclo amanhã , estive agora aqui a contar para escrever aqui, é dia 21. E pronto, segundo os artigos não há problema nenhum, qualquer dia do ciclo é um bom dia para fazer a boa da AMH. Ai que medo! Não sei se não vou fugir com o braço à seringa!!

domingo, 26 de junho de 2016

E é tão isto




"Imagino os teus primeiros passos, a falta de horas de sono que teremos quando os teus dentes começarem a nascer, e ouvir a palavra “mamã” a sair dos teus lábios. Pergunto-me qual será o teu livro preferido, as músicas que te ouvirei cantar no banho antes de ires para a escola, e o quão alto eu celebraria a tua primeira conquista. Irei alguma vez ver-te vestida como uma princesa para o baile de finalistas? Ter batalhas verbais contigo sobre a hora de deitar, o teu primeiro amor e as tuas notas? Terei a possibilidade de dizer-te adeus quando entrares para a universidade, fazer-te a continência quando deixares o teu país para o proteger ou começares uma carreira para ajudares outros neste mundo pertubado?
Infelizmente, nenhum destes eventos pode vir a acontecer. Apenas sabe que não deixarei de desejar ter-te na minha vida. Continuarei a trabalhar para ser o exemplo que gostaria que o meu filho visse. (...) Querido filho, sou uma lutadora contra tudo aquilo que pode ser uma força contra nós, porque desistir significa nunca te ver.
Há momentos que sinto não ter mais forças para lutar. (...) Sinto angústia quando vou a eventos de bebés dos meus colegas de trabalho, e sinto-me vazia no segundo domingo de maio de cada ano que passa. Dedico tempo a ter pena de mim própria pensando que poderei nunca ter-te nos meus braços, mas não me afundo em lamúrias. Sentir-me impotente não resolve nada. Abraço os momentos de solidão, solto lágrimas, e depois foco-me em ti mais uma vez. A maneira mais fácil de sair desta situação é fazer a cirurgia “final” e pensar apenas no alívio. Não o farei. Não posso. Luto por ti."
http://mulherendo.pt/filho-posso-nao-ter-causa-da-endometriose/
...<3 ...

terça-feira, 21 de junho de 2016

E a doação de gâmetas?

Qual a vossa opinião?  Consideram alguma vez recorrer a esta alternativa? E contariam à criança? Conseguiam viver com essa omissão?
Tenho pensado muito nisto ultimamente. Preciso,  lá está, de estar preparada para esta sugestão, nomeadamente doação de ovocitos. Just me being me.
Na verdade, não li o que é preciso ler nem pesquisei o que é preciso pesquisar para ter uma opinião plenamente formada e fundamentada sobre este assunto, no entanto o que penso é um pouco controverso. Se por um lado acho que é impossível viver com um "segredo " destes, acho também que é muito difícil contar a verdade. Quando somos pais queremos proteger os nossos príncipes e princesas de tudo o que os faça sofrer. Claro que nunca se consegue, mas acho que explicar isto a uma criança é tão complicado e pode gerar tantas questões nas suas cabecinhas.
Para mim a doação de gametas ainda é um bicho de sete cabeças... Mas atenção sou 100% a favor e dou gracas por termos esta ajuda tão tão preciosa da ciência ao nosso alcance.
Os dias passam, os carrinhos de bebé proliferam cono coelhos, todas as pessoas falam dos filhos e toda a alma pergunta porque é que não arranjamos um primo, sobrinho, neto ou um amiguinho.... Qualquer dia é dia de eu responder: sou infértil. Não posso ter filhos. Sei que as pessoas não fazem por mal, mas eu também não tenho culpa.
Gostava de ter um botãozinho on/off. Deviamos todos nascer com este botão para ligar ou desligar a vontade de ter filhos. Era uma maravilha. Desligava o botão nao tinha necessidade de dar amor a um bebé, de o ver crescer, de cuidar e deixar voar e pronto era tudo mais fácil.
Este mês a endometriose não tem dado tréguas. Continuo a ter pseudo ovulações ao dia 11 do ciclo, o que é uma anormalidade e que provavelmente quer dizer que os meus ovinhos são uma valente trampa. E dores que tenho tido. O que me faz temer que ela esteja de volta com endonetriomas nos ovários pois é aí que são piores as dores nestes ovários encarquilhados. Ontem para dormir foi um suplício tais eram as dores. Mesmo fortes. Fiz ecografia há 4 meses mas tenho que ir fazer outra em breve. Enfim farta desta vidinha que é controlada pelo meu sistema reprodutor.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Ai meninas endoguerreiras não me devia por a ler artigos científicos sobre a nossa doença...

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Mais uma bolachada

Ontem liguei novamente para os Lusíadas... Queria marcar o espermograma decidida de que independentemente da data que me dessem tinha que ir. 
No mês de Junho começam as férias de toda a gente, no meu trabalho, e no trabalho da maioria dos portugueses. Não posso tirar nenhum dia de férias além dos 10 dias inicialmente marcados, em Maio, até Setembro é assim. Posso tentar encaixar alguma coisa, mas como já estamos desfalcados porque alguém está sempre de férias é muito complicado e, se surgem imprevistos é, simplesmente, impossível encaixar. Não é o ideal, mas é o meu trabalho, faço o quê? Despeço-me? Não tenho pai-trocínio, não vivo de rendimentos, trabalho, e é com esse dinheiro que como e que vou a consultas e, é com esse dinheiro que pagarei tratamentos. Depois, tenho uma ética de trabalho muito forte que, felizmente, para os meus directores, me foi incutida pelos meus pais. É-me difícil deixar as outras pessoas na mão, quando falamos de assuntos que podem ser adiáveis, quando falamos de assuntos que não são de vida ou de morte. É-me extremamente difícil saber que por uma coisa minha, relativamente adiável, poderão ter que fechar, durante essas horas, uma porta. Não acho justo, chamem-me o que quiserem, digam-me que não mereço ser mãe, por não achar justo fazer isto ás pessoas que me pagam, certinho, todos os meses e que me permitem por o pão na mesa. E mais uma vez falo, digo, que se isto fosse uma consulta importante, uma punção, uma transferência ou uma gravidez de risco, ou seja, um assunto de vida ou morte eu queria lá saber da minha ética de trabalho. Mas, realizar umas análises e fazer um espermograma cujos resultados só me vão ser úteis a meio de Agosto, não é um assunto de vida ou morte, tenho prioridades sim, e neste caso o trabalho ganha.
Bom, que introdução para dizer que a sra. enfermeira que me atendeu na extensão queria ralhar comigo e dar-me um raspanete, porque já tinha marcado e desmarcado muitas vezes, e que melhor dos melhores, não tinha avisado. E percebi, clarissimamente, que esta senhora está habituada a este tipo de atitude, devendo ouvir do outro lado algo como: oh sra. enfermeira, peço imensa desculpa. Pois claro! É já a seguir! Desculpe? 
Em primeiro lugar, a primeira vez que marcámos, arranjámos data e hora, ia ser uma correria, mas ambos podíamos, ligaram passado uma semana a desmarcar, o meu marido não quis perder vez, mas lá está coitado, marcou para um dia onde já tínhamos no meu trabalho duas pessoas a menos, ou seja era impossível, passado 1-2h de ligarem ao meu marido eu liguei, pedi desculpa e expliquei o acima escrito e marquei novamente, isto com 1-2 semanas de espaço até à marcação propriamente dita. Houve uma  única vez que na realidade desmarquei, com cerca de 24 de antecedência e a senhora diz-me que não, que nunca ninguém nem eu desmarquei nada. Que estava tudo marcado e preparado, e que nós não aparecíamos. Se isto não é brincar é o quê? Mesmo que eu tivesse marcado e remarcado 100 vezes acham mesmo que aquela senhora tem que me dar raspanetes? Já agora. Mas, andamos todos doidos? Então, uma enfermeira responsável de PMA, negócio de milhares, pode mesmo dizer isto a uma paciente? Então, mas eu agora ia meter embriões e ovócitos e espermatozóides, ou seja que material genético for, nas mãos de uma criatura, que por lhe estar a correr mal o dia vem gritar com uma pessoa, que está a fazer uma marcação? Pode fazer isto? É profissional? É normal? É ético? Claro que enviei reclamação por escrito para o hospital, é o minimo que posso fazer. Jamais pousarei, novamente, as minhas patinhas na PMA dos Lusíadas, mas que sirva para ajudar o próximo, ou que não sirva para nada, fiz a minha parte.
O que me deixa mais triste, além destas pessoas acharem que podem descarregar nos outros que os outros se acanham e se baixam, é que esta senhora o faz a pessoas, profundamente, fragilizadas, com auto-estimas abaixo de zero por toda a porrada que têm levado da vida, pessoas que depois de falarem com "profissionais" destes se sentem um bocadinho menores, um bocadinho mais em baixo e um bocadinho mais frágeis.
A senhora chegou a dizer-me que eu estava a ser mal educada. Mal educada, por expôr e tentar explicar a situação? Mal educada por não me calar? Mal educada por tentar falar, coisa que não me deixava porque gritava, obrigando-me a levantar a voz?
O marido tem uma requisição passada pelo Dr. AS, para fazer espermograma no Cemeare e é lá que vai fazer, eu a conselho da Mikas talvez vá a um dos laboratórios Joaquim Chaves, há alguns mais próximos da minha área de residência, ou talvez vá a um euromedic qualquer depois na IVI se quiserem que me mandem a outro lado.
É uma tristeza o que se passa até na saúde no privado neste país.
   

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Por esta altura

Por esta altura gostava de estar a escolher carrinhos, a comparar marcas e preços, a ver berços e a escolher papel de parede! A combinar tecidos a encontrar aquela almofada, aquela chucha, já para não falar em roupinhas e outras fofices. Já estaria nas últimas páginas do "Grande Livro da Grávida", a escrever as últimas notas no meu diário da gravidez e ansiosa para o/a conhecer. Já teria lido 800 livros de puericultura e de teorias e correntes educacionais, para me tentar preparar, o  melhor possível, para o impreparável! Não sei se estaria mais feliz, nunca sabemos o que a vida nos reserva, umas coisas correm bem outras correm mal. 
Consegui perder a esperança numa gravidez natural e focar-me na consulta de Agosto, acho isso positivo, porque viver em ansiedade constante não é bom nem para nós, nem para os que nos rodeiam.
Ainda hoje, pensava que tanta gente nesta altura programa as suas férias, o descanso dos guerreiros que trabalham de manhã à noite, para durante, pelo menos uma semana por ano, serem reis. Nesta altura lembro-me de várias coisas. Lembro-me, que tirando a infertilidade e a endometriose, não me posso queixar e é preciso valorizar e relembrar isso. Nem tudo é mau. Temos saúde, vivo bem com a minha doença crónica, em termos físicos. Tenho "dor" pélvica crónica (moinhas crónicas será a melhor palavra dor parece-me exagerado) sim, tenho uma semana por mês "piorzita", mas já "aprendi" (tantas aspas meu Deus!) a viver com ela. Amo e sou amada pelo meu rico maridinho, a luz da minha vida e pelas nossas famílias, temosuma casa, temos um trabalho, não somos ricos, nada disso, mas não vivemos com dificuldades e nos tempos que correm isso é uma benção. Ah! E temos a nossa cadela, a nossa querida cadelinha :)!
Claro que gostaria de neste momento estar a planear as minhas férias de dolce far niente, porque sim, porque merecemos, porque trabalhamos muito, porque não tenho vícios e porque viajar é a única coisa, exceptuando a saúde, onde acho que o dinheiro é mesmo bem gasto. Disse que não tenho vícios? Tenho sim! É viajar! Mas, com a infertilidade a bater à porta, mais vale fundar os viajólicos anónimos, que agora todos os fundos são para tentar realizar o sonho de ser pais!
Acredito em Deus, tenho a minha fé, em especial em Nossa Senhora de Fátima, por isso o último ciclo negativo me doeu ainda mais fundo, só chorava, era mês de mãe, mês de Maria, doeu muito não receber essa graça. Ás vezes, não percebo quais são os Seus desígnios porque é que casais com tanto amor e estabilidade, não digo financeira, digo emocional, são inférteis e casais tão desestabilizados procriam como coelhos. Não são coisas para os comuns mortais, como eu, perceberem. São questões que se levantam na minha molécula já um pouco frita ... 
Ah mas a luz do Verão, o calor do sol a bater na pele, e o cheiro a mar e a protetor solar ninguém me tira, vantagens de viver no litoral!

terça-feira, 7 de junho de 2016

24 horas depois de parar o progeffik o spotting está cá para anunciar a chegada da menstruação. É esperado após um teste negativo, é sabido, é assim, é a vida, é o fechar de um ciclo, mas porque é que tem que doer tanto?
Oh vida....

Eu

Tive uma infância dita feliz, no secundário fui vitima de bulling. Tive um depressão, tomei anti-depressivos e fiz psicoterapia. A depressão resolveu-se, mas eu nunca mais fui eu. Não sou um pessoa infeliz, sou feliz à minha maneira, mas nunca mais fui ALEGRE, sorridente, bem disposta. Fiquei sempre com medos. De quê? De tudo. Comecei a ter muita dificuldade em lidar com adversidades, com os problemas banais do dia a dia, fiquei sempre muito muito ansiosa desde aí e assim continuo. Com medo de ter comportamentos inadequados e desajustados socialmente. É difícil para mim chegar perante um grupo enorme de pessoas e ser o centro das atenções, por três segundos, sinto-me inadequada, sinto-me inferior aos outros. Tímida sempre fui, mas não é só isso, é mais qualquer coisa, além desta timidez é este complexo de inferioridade, acho que tudo o que faço socialmente é inadequado. Isto sou eu, sem capas e sem filtros. No meu local de trabalho, sou stressada sim, mas extrovertida e bem disposta, digamos que é a minha personagem, a minha máscara. Em casa, com os meus, não sou nenhuma carpideira, gosto de fazer as minhas piadas, mas não sou de me rir ás gargalhadas, não sou ALEGRE. A pergunta:  O que é que tens? Porque é que estás sempre triste? É frequente. Essa sou eu, não tenho como ser outra pessoa, sou eu há 15 anos, não consigo mudar, ser diferente, por mais que tente. Estou sempre apreensiva, sou pensativa, introspectiva, falo muito menos do que observo. Desabafo pouco, não gosto de preocupar os outros com as minhas coisas, se algo não corre bem grito e esperneio, mas não me vitimizo, perante os meus pais, marido, avós, faço sempre papel de durona, claro que também choro e me fragilizo, mas tento fazê-lo o mínimo possível.
Esta sou eu.

Encontrei o meu marido por quem me apaixonei quase à primeira vista, adorei tudo nele, ele demorou um pouco mais a ver por trás da minha capa, mas apaixoná-mo-nos os dois e começámos a nossa história. Um mês e meio depois de começarmos a namorar descubro que tenho endometriose. Tudo na minha vida é assim, acho que na vida de muita gente. Nunca pode ser tudo bom, tem que haver sempre alguma coisa a borrar a pintura, a vida é mesmo assim. A felicidade são momentos.
Claro que lhe pedi para me deixar, que eu não era mulher não era nada, eu sabia o que era endometriose, eu não tinha qualidade de vida, é certo, mas também SABIA o que era endometriose pelo prisma da infertilidade. Como disse namorávamos há um mês e meio, ele podia perfeitamente ter seguido em frente, mas é demasiado Homem, com H mesmo grande, para isso. A endometriose esteve presente em todo o namoro e noivado. Ele esteve sempre ao meu lado, consultas, ecografias, cirurgia, sempre.
Passados 4 anos de namoro casámos, foi um dia muito feliz. Dois meses depois de casados começámos as tentativas e já passámos pela grande desilusão de perder uma gravidez, um filho muito desejado e amado pelos dois. Desde aí passámos por mais nem sei já quantos ciclos, de esperança e desilusão, de impotência perante tamanha adversidade.
Já chorou muitas vezes comigo e por mim. Já aguentou demasiadas neuras. Tenho-me tornado um pouco, amarga, ácida até mesmo corrosiva. Ás vezes o meu subconsciente convence-se que o melhor seria ele deixar-me (não consigo escrever isto sem que as lágrimas me corram cara abaixo) ele seria muito mais feliz, poderia ser pai como todos os amigos dele, podia realizar esse sonho e o sonho dos pais dele de serem avós, poderia realizar imensos sonhos, e talvez tivesse a sorte de ter uma mulher alegre, divertida e bem disposta ao seu lado que o amasse como eu o amo, mas que não fosse encucada como eu sou, com as minhas coisas, que fosse fértil em todas as acepções da palavra.
Ás vezes o meu subconsciente quer que eu o afaste de mim, para o proteger.

Mais um mês destes castelos construídos e desmoronados se passou, este mês pela primeira vez, desde Dezembro, sem spotting, o que como disse foi uma boa notícia. Fez-se um teste de gravidez, negativo.
Por casa esgotaram-se os testes de ovulação e não vou comprar mais. O espermograma e as minhas análises estão também marcadas. Sinto-me a desistir, olho para o espelho ele diz-me tu não vais ser mãe, nem toda a gente pode ser mãe e tu não vais ser. Sinto-me fraca e sem forças sem esperança e sem vontade de viver. Sim, porque nos últimos 7 meses não tenho vivido, tenho sobrevivido a perdas, a spottings e a negativos, tenho sobrevivido à endometriose e à infertilidade.
Não, não sou uma pessoa alegre e resplandecente mas também não sou esta pessoa que tenho sido nos últimos sete meses, uma pessoa que só pensa em  ter bebés que é a única coisa que não consegue, uma pessoa que sente inveja de toda a grávida e todo o carrinho de bebé que se cruza no seu caminho, como se tivessem mais sorte do que eu. Como posso eu pensar isto? Sei lá qual a história dessas pessoas, sei lá o que aquela pessoa já passou? Quem sou eu para dizer quem tem mais sorte e quem não tem? Que pessoa é esta? Que ser humano é este? Tenho outros sonhos, quero viajar, relaxar, conhecer o mundo, por quanto tempo mais poderei ficar presa nesta teia? E para quê? Será que vale mesmo a pena? Sinto-me cansada e sem força para lutar, para ACREDITAR, para pensar positivo, para pensar que uma fertilização in vitro me vá realmente conceder alguma coisa. Neste momento não acredito em nada. O chegar ao fim de cada ciclo vazia, está a dar cabo dos últimos pedacinhos de mim. Vou fazer as benditas análises que estão marcadas e depois vou começar a tomar a gynera novamente, porque não aguento mais.O que tiver que ser será, o que sei é que tenho deixar de sobreviver e começar a viver.

sábado, 4 de junho de 2016

Living without spotting

Depois de 6 meses assombrada pelo spotting 11 dias depois da ovulação, parece que a nova via de administração do progeffik está a resultar!
Não estou grávida, é pouco, mas para mim já são notícias excelentes!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Boas notícias !!!!!

E hoje soube de uma menina com endometriose  que engravidou com Inseminação Artificial!
Neste momento sei de duas endoguerreiras que estão grávidas uma através de FIV e outra através de IA!
Yuppi ☺☺☺☺☺☺

Tenho que arranjar maneira de isto não dominar a minha vida!

Ando o ciclo todo bem disposta. A partir de dia 20-21 começa o stress (ciclos 25-27 dias com spotting que visita 4 dias antes)! Cada vez que vou a casa de banho será que é agora que vou começar com hemorragia? Será que isto, será que aquilo! Aiiiiiiii! Ás vezes acho que isto me vai enlouquecer, que vou fritar a molécula!