segunda-feira, 4 de maio de 2020

O positivo e o primeiro trimestre

Assim que vi o resultado positivo dei um grito e disse não pode ser, não acredito! Ainda me deu para começar a chorar, mas continuei sem acreditar! Corri para a sala deitei-me no sofá, despi as calças do pijama como se o elástico fosse magoar o pequeno embrião, deitei-me no sofá e disse que não ia mais sair dali! Eu estava grávida? Eu grávida, na mesma frase não parecia possível! Só pode ser um erro! E o teste do dia anterior cuja linha mal se via? Pedi ao meu marido que saísse e comprasse testes, porque era claramente um erro (pois Dream porque um teste de tiras é mais fiável do que um beta...) ! Ele ficou muito mais emocionado do que eu, embora sem me dizer e apesar dos testes feitos não nos darem nenhuma confiança ele acreditava que não era apenas uma bioquímica. Mas lá foi, nada contrariado,acho que também queria mais uma prova, enquanto eu fiquei em "repouso absoluto" com medo até de respirar e liguei para a IVI, falei com a enfermeira que me deu os parabéns pelo valor do beta e marcou de imediato a primeira ecografia para dali a a uma semana e três dias.
Quando chegou lá fiz dois testes em série, um da Well's e outro da Clearblue. Num a linha era bem forte sem margem para dúvida e no outro apareceu um grávida 1-2! Ah afinal era verdade!
Conversámos bastante sobre tudo como seria a nossa visão caso corresse mal, o nosso plano iria mudar? Concordámos que era uma grande vitória, estávamos os dois muito contentes, mas cheios de medo como era de esperar.
Na 2a feira seguinte, 3 dias depois, e sem conselho médico, tivemos a brilhante ideia de repetir o beta hcg! Que ideia de mestre! Que dia horrível! Que espera difícil, percebi logo que não ia fazer mais beta nenhum, lá recebemos o resultado só à noite- 1030 Ui/l. Se pensam que fiquei feliz ou descansada desenganem-se achava que tinha que ser superior, apesar de ter duplicado perfeitamente em 48h, comecei a comparar betas de toda a gente, enfim um inferno!
Estávamos de férias e não conseguimos ir a lado nenhum, o stress era muito, o medo de ir à casa de banho e ver sangue, as dores que não desapareciam... Mas ás 5 semanas e 3 dias as dores eram insuportáveis chorei, chorámos, desalmadamente. Para mim estava tudo acabado, apesar de não ter perdas de sangue acabámos por contar aos nossos pais e ir ao hospital da Luz às urgências. Chorei chorei chorei foi um momento horroroso. Não me conseguia controlar nem acalmar. Na ecografia conseguimos ver o possível para esta altura um saquinho, dentro do útero, com um esboço da vesícula vitelina e sem sinais de descolamento a médica foi muito simpática apesar de cautelosa. Foi uma festa pensava que estava tudo acabado e ainda havia esperança, porque nesta fase não há certezas! No entanto, o alívio que se sente a seguir a uma eco na gravidez é uma coisa para durar horas e depois pumba começamos a "ressacar" e começam os medos todos outra vez e é isto em loop!
Às 5 semanas e 5 dias voltámos ao Dr. Sérgio na IVI e já vimos o pontinho a piscar, o "pixel avariado" como brincou o Dr. Sérgio! É o stress antes da ecografia? Neste dia começaram os enjoos que não me largaram até ás 13 semanas, piores à noite! Mas e se havia um dia sem enjoo? Pânico!!! Maldito Google! O médico optou por me deixar em casa mais uma semana porque as dores permaneciam e eram emocionalmente e fisicamente difíceis. Com calma voltei ao trabalho. No dia 23/12 às 7 semanas e 5 dias voltámos à consulta e esmocionámo-nos ao ouvir o som mais bonito do mundo, o tum tum do coração do nosso bebé! O Dr. Sérgio lá nos descontraiu com as brincadeiras dele "bom isto é um som nos temos aqui gravado e colocamos para vocês ouvirem" o que nos fez soltar uma gargalhada! Tivemos alta da IVI e foi muito bom sair por aquela porta. Uma sensação única, indescritível,um dia que nunca pensei viver. Foi muito especial. Ao fechar a porta disse ao marido espero nunca mais voltar aqui. E é esse o sentimento. Por muito bem tratados que sejamos vivem-se ali momentos que nos despedaçam o coração e que nos marcarão para sempre.
Com o coração um pouco mais calmo, na noite de natal contámos à minha avó que ficou radiante com a novidade sobre a qual estava já muito desconfiada!!!
Ás 8 semanas e 2 dias primeira consulta de obstetricia e uma ansiedade doida! Estou sempre a falar da ansiedade, mas é o que mais tenho sentido ansiedade e medo, mas uma felicidade ainda maior! Primeira consulta, boletim da grávida, tanta emoção!
A Dra. encostou a sonda e estava tudo OK, que alívio enorme!
Continuei a trabalhar com muitos cuidados, muitos enjoos, muitas dores mas o trabalho ajudava-me a ter a cabeça ocupada e a não me sentir inútil.
Ás 11 semanas nova ida às urgências, sentia umas dores muito estranhas e fortes que percorriam a lombar até à zona pélvica hue iam e vinham tipo contracção e que já duravam há uma semana, nesse dia vimos o nosso bebé a mexer e aos pulinhos parecia um sapinho e felizmente estava tudo OK!
É sempre um sobressalto o medo de perder algo que sonhámos e que já amamos e desejamos tanto é terrível. Medo medo medo alegria e medo medo medo é como descrevo esta gravidez. O medo impede-me de aproveitar a gravidez milhões de vezes!
Umas simples análises deixam-me em pânico! E se tivesse toxoplasmose, e a PAPP que estava aumentada... Ecografia do primeiro trimestre e assim que percebi que ia estando tudo bem chorei chorei e chorei (outra vez) nem perguntámos se dava para ver o sexo, o médico é que nos perguntou se queríamos saber, eu respondi não sei, queremos saber? É claro que queríamos, nunca pensamos em ser surpreendidos, mas eu queria lá saber do sexo eu só queria que o meu bebé estivesse bem e estava e isso era só isso que importava! O médico lá disse que apontava para uma Menina sem certezas. Neste dia, às 11 semanas e 6 dias, comprei as minhas calças de grávida! Já andava aflita para aguentar as minhas na barriga apesar de ter perdido 4kg!
Esta ecografia é verdadeiramente um marco! Sentimo-nos um bocadinho mais tranquilos e continuámos a nossa caminhada, o nosso sonho era um pouco mais real!

domingo, 3 de maio de 2020

Dia da mãe

Tão difícil foi viver este dia, especialmente nos primeiros anos de infertilidade. Sempre agradecendo o facto de ter a minha mãe e avó comigo, mas ainda assim sentia uma falta tão grande.
Hoje tenho a minha vida na barriga. Que felicidade! Estou tão grata tão grata por ter A MINHA MENINA (IT'S A Girl ❤️!!) comigo! Só desejo e só peço que continue a crescer forte e saudável tem uns pais babados e qua já a amam muito com todo o coração à espera dela, quando for a altura certa, sem pressas!