terça-feira, 31 de maio de 2016

Dia 19 ciclo natural

Cá vou eu ao dia 19 do ciclo. Tenho que arranjar uma manhã para ir a Lisboa tirar sangue para as temíveis análises. É que por causa do kit da anti-mulleriana tenho mesmo que ir a Lisboa, não pode ser em qualquer laboratório. Mas nessa mesma manhã o marido tem que fazer espermograma então tenho que conjugar isto tudo mais o trabalho. Tão bom!
Este ciclo não há esperança  (mentira há sempre uma pequenininha) não há tensão mamária, nadinha. O médico dos Lusiadas disse para comecar a colocar a progesterona via vaginal e não oral pirque faz mais efeito. Como tenho spotting intratável lá acedi. Mas não sei se resultará aquilo parece que sai tudo!!! Também acontece convosco??

domingo, 29 de maio de 2016

Quatro

Sendo filha única, quando era miúda e até mesmo na Universidade dizia sempre que queria ter 4 filhos: Maria, Constança, Salvador e Eduardo ☺! Imaginava-os aos quatro tão giros a brincar na praia e eu orgulhosamente supervisionava aquelas delícias. Esta vida gosta mesmo de nos pregar partidas! Hoje em dia era tão feliz se a vida me desse um único presente delicioso destes!☺

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ter endometriose é um espectáculo

Para começar dói que é um primor. Dores do melhor diárias ou em determinadas alturas do mês. Existem mulheres com disquezia, disúria, dispaurenia uma série de "dis" cada um mais simpático que o outro. Ou seja existem mulheres e,algumas aqui tão perto, a quem a endometriose tira a qualidade de vida por completo, rouba a alegria de viver. Pior, a dor menstrual é altamente desvalorizada pela sociedade afinal se todas as mulheres têm a menstruaçao porque é que tu és tão sensivelzinha afinal?
Depois vem a questão da infertilidade em que a endometriose é especialmente extra fixe e porquê? Porque podes ter "só" endometriose superficial e ser extremamente dificil engravidar, por razões que nem os médicos sabem explicar a 100%, podes ainda possuir uns ovários do catano todos bonitinhos mas teres o útero todo lixado com adenomiose e ainda, porque com esta fofinha não há duas sem três, podes ter um útero interessante mas teres os ovários iguais aos da dona Miquelina da merceatia que já tem 14 netos e três bisnetos. E já me esquecia as trompas essas grandes queridas que também podem ficar todas desgracadas... e o maior risco de aborto e de gravidez ectópica.
Mas não se preocupem é uma doença benigna!
Mas tentem, relaxem que logo conseguem, dêem tempo ao tempo. Pois que não podemos! Nao podemos dar tempo ao tempo, não podemos relaxar senão a endometriose encaixa! Faz uma party aqui dentro e é vê-la a proliferar com nódulos e quistos, não nos vamos esquecer que existem pessoas sem rins a funcionar, colostomizadas, com endometriose pulmonar e etc... Mas não se preocupem é uma doença benigna e eu logo à noite até ponho as perninhas para cima e tomo um valdispert que é tiro e queda!
Enfim.
Deus deu-nos esta missão, se nos deu havemos de ser fortes o suficiente para a vencer. Porquê esta missão?  Passava muito bem sem ela não fazia falta nenhuma. Mas somos endoguerreiras. É para a frente que vamos! Por um filho vamos até ao fim do mundo mas poupem-me ao menos a concelhos iluminados que isso não me ajuda nada!

terça-feira, 24 de maio de 2016

Da consulta

Tivemos consulta hoje nos Lusiadas com o Dr. António Neves, simpático e pronto a esclarecer as minhas duvidas. Não disse para ir de férias que o problema se resolvia, o que já é bom. Trouxemos para casa uma serie de analises para fazer e espermograma para o marido. Vamos ver qual será o próximo passo, tudo depende dos resultados. Para já não vou fazer histerosalpingrafia porque em 2011, na cirurgia, as trompas estavam permeáveis. Era um exame que não me apetecia nada fazer, mas acho que devia. Uma das análises que vou fazer é a minha psicótica : AMH, vou ter que andar uns dias a ansiolíticos lol. Mas pronto, como disse o médico temos que encarar as coisas de frente. As meninas das várias recepções dos Lusíadas são extremamente simpáticas ao contrário das do hospital da Luz.
Como ainda não estamos a tentar há um ano o doutor diz que o nosso próximo passo no caminho da infertilidade depende do resultado do espermograma e da AMH só aí saberemos se continuamos mas tentativas até fazer um ano, se fazemos inseminação ou fiv. De qualquer das formas também tenho consulta marcada na ivi em agosto... Um dia de cada vez.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Enquanto esperamos

Teste de ovulação positivo! Vamos aos treinos 😝

Amanhã

Amanhã vamos ao médico e ontem tive mesmo que tomar um ansiolítico. 
Começo a ficar extremamente ansiosa, um aperto no peito, a garganta a fechar, a respiração acelerada, palpitações, parece que vou explodir. Já pensei seriamente em marcar uma consulta de psicologia ou psiquiatria, não sei, algo que me possa ajudar com esta ansiedade que tende a consumir-me em dias destes, mas falta-me a disponibilidade física e emocional para o fazer. Quero resolver as coisas por mim, mas depois não consigo, e fico assim meio sem sal, não sei como o desgraçado do marido aguenta.
O que me assusta nesta consulta e que já sei de antemão que vai acontecer é que o médico vai mandar fazer uma porrada de exames, e eu detesto fazer exames, depois para mim, nunca é demais falar de nomes como o fsh e a anti-mulleriana. Tenho muito medo que o fsh esteja alto que a anti-mulleriana esteja baixa. Falar da anti-mulleriana...o marido não percebe ou parece não querer perceber, ou não quer dar demasiada atenção para não me incentivar a stressar. É que se a anti-mulleriana estiver a 0,1 o sonho termina aqui, não vou ser mãe biológica. Ponto. E vamos lá a ver, por mais que uma pessoa seja forte e bem resolvida isto é algo muito difícil de ouvir. Infelizmente já várias mulheres, até mais novas do que eu, passaram por este pesadelo, por este horror, por esta dor. Algumas recorreram à doação de ovócitos, outras pararam por aqui e adoptaram ou realmente aprenderam a viver sem filhos com mais o menos dor associada. Mas não me imagino no lugar destas mulheres, não me vejo com estofo para isso, é demasiado difícil, preciso escrever sobre isto, preciso exorcisar.
E como eu sou eu preciso prever o pior cenário, para seguir em frente, mas este cenário realmente não consigo considerar, não me imagino a receber um resultado destes e a seguir ir trabalhar e enfrentar o mundo, porque é como se uma parte de nós morresse, secasse para todo o sempre, é a morte do maior sonho da minha vida. Ao fim ao cabo é a morte de um filho que não existe fisicamente, mas que é já tão tão amado, tão sonhado. Como se reage a uma coisa destas? 
Estamos a viver esta caminhada sozinhos (e convosco), apenas o casal, mais ninguém sabe. Ninguém faz ideia que vamos entrar nas consultas de infertilidade, e do que vou enfrentar, de modo que não posso falar isto com mais ninguém, não posso pedir colo a ninguém sem ser ao pobre do marido que teve o azar de ser eu a calhar-lhe na rifa.

Posso escrever e escrever mas nada alivia o meu sofrimento e a ansiedade que sinto nesta incerteza, que tem sido a nossa vida nestes dias, nestas semanas, nestes meses, nestes anos, até, desde que sei que tenho endometriose. Queria ser mais forte, vejo histórias como a da Susana Pina e da Marta Casal que também tem endometriose, e arrepio-me até aos ossos. Que força, que coragem, e eu sou só um ratinho ao pé delas e já me sinto assim.

Maldita doença, maldita endometriose, gatuna, ladra de sonhos e alegrias, ladra de vidas. Como te odeio endometriose. Maldita infertilidade. Roubem-me tudo, mas não me tirem o meu sonho de ser mamã.

Significado de infertilidade e estado de espírito

Infertilidade, propriedade do que é infértil. Infértil, que não é fértil nem produtivo.
Que é incapaz de procriarinfecundo, que não  frutosinfrutíferoimprodutivo:
que tende a não produzir; que não consegue produzir o resultado esperado.

Inútil. 


terça-feira, 17 de maio de 2016

A primeira consulta de infertilidade

Quando em Setembro começámos a tentar uma gravidez, nunca, verdadeiramente, acreditei que conseguiria uma gravidez natural. O meu pessimismo não ajuda, claro está, e a minha endometriose ajuda menos ainda. Mas fomos à luta, fomos para a guerra, havia, não vou mentir, uma réstia de esperança que as coisas acontecessem naturalmente. 
Vejo a gravidez, a gestação de um bébé saudável, como um milagre, uma dádiva tão grande, que, para ser honesta não me vejo digna de tamanho milagre, não sei se me entendem, mas é algo que eu quero tanto e tão bom que parece que não me vai acontecer nunca.
 A minha cabeça é um bocadinho complicada. Tento acreditar e "afastar" estes "demónios" que não ajudam nada, nem ninguém, mas não é uma tarefa muito fácil para mim, negativa, fatalista, pessimista e com a capacidade de absorver a negatividade como uma esponjinha!!
"Agrada-me" também sofrer por antecipação. Sou fã! Adoro chorar ainda antes do leite ser derramado, acho que comigo a coisa funciona mais ou menos assim: deixa-me lá chorar antes da desgraça acontecer, antes de ela ser oficial, porque ao pintar este cenário negro, se ela acontecer eu já antevi, eu já sei tudo e assim vou estar preparada, já com a armadura colocada, pronta a absorver o choque. Mas é mentira, não é melhor, porque nunca estamos verdadeiramente preparados até palavras serem ditas, até acções serem praticadas, até diagnósticos serem confirmados. Pelo contrário, é muito pior, porque se sofre sempre mais, sofre-se em dobro.
Pior, aliado à minha negatividade e à minha apetência de sofrer por antecipação surge dos escombros do meu ser um pavor a qualquer tipo de médico, ás coisas que eles gostam de descobrir e encontrar. 
Depois disto conseguirão perceber, que não estou muito ansiosa pela consulta da próxima semana. Aliás nada ansiosa, a minha pergunta é: posso encolher-me dentro da minha carapaça e esconder-me num buraquinho? Não, não posso. Porque tenho que arrumar as malas desta viagem que foi a tentativa de gravidez espontânea, e partir para aquela que é a verdadeira luta, a verdadeira guerra. A procriação medicamente assistida. A infertilidade. E o caminho é escuro, é tortuoso e eu não lhe vejo a luz, nem muito lá ao fundo. E o que vai dizer o médico, e que exames vai mandar fazer e se... e se... e se...
E é assim que nos encontramos, por um lado quero fugir, por outro lado sei que tenho que lutar pelo nosso filho, tenho que ser forte, por ele, por nós os três.
Mas digo eu... Não chegava já de ser forte? Não chegava dores insuportáveis desde os 12, uma ano de dores e náuseas diárias, diagnóstico de endometriose mais fantasma da infertilidade aos 24, cirurgia aos 25 acabadinhos de fazer, ecografias, consultas e análises de 6 em 6 meses, mais a dor pélvica quase crónica, quase diária, mais uma gravidez bioquimica, mais.... Resposta: Não, ainda não chega e está tudo a começar.
Este pequeno blog parece o muro das lamentações, coitadinho! Credo! Mas ultimamente o estado de espírito é assim meio que nhó nhó, meio que acabado, não vale a pena dourar a pílula, ando triste, desanimada, sem esperança e muito cansada e esgotada com o que me calhou na sina. Vale-me um marido espectacular, uma família como não há e as minhas queridas endoguerreiras para ir sobrevivendo aos dias.
Vamos lá! Vamos à luta! 

P.S. Medddooooo..... 

sábado, 14 de maio de 2016

Sem título

Apetece-me chorar sim, revoltar-me, exasperar-me, gritar a plenos pulmões e depois cair no chão sem força, de raiva e dor, de revolta de tristeza. Apetece-me parar o relógio,o tempo, o mundo. A vida, a essa está parada, suspensa.
Tanto amor para dar, um colo preparado para te receber para te aconchegar, para te proteger, para te embalar, mas vazio, tão vazio.
Porquê?
E dói, como dói. Que provação difícil nos foi atribuída meu Deus.
Mas acreditaremos sempre. Esperaremos por ti meu amor, eu, e o pai, de coração cheio de amor para te dar.
Temos já uma irmãzinha canina que mal pode esperar para te dar mil lambidelas e ser a tua companheira de brincadeiras e marotices. Temos tios e avós doidos para que venhas para te estrafegarem e estragarem com todos os mimos que mereces.
Que neste mês de Maio, Nossa Senhora ouça as nossas preces e te traga para junto de nós, é que sabes meu herói, nós já te amamos tanto.
Um beijinho meu amor os pais estão à tua espera

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A pregnancy a day

E é isto...
Tenho sabido de pelo menos uma gravidez por dia...

Sexta feira 13 é dia de ...

Aparecer o maléfico e com ele as dores da maléfica endometriose... e só não digo com ele mais um mês de sonhos destruídos, porque esse é o trabalho do malfadado spotting.


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Spotting

Desde Dezembro que o spotting (pequenas perdas de sangue) pré menstruação nos persegue, aparece ao 11º dia pós ovulação, como um presságio da tragédia anunciada. Ainda não foi desta. Ainda não foi este mês. E lembra também que: tu não és uma mulher normal! Uma mulher "normal", fecunda, capaz de conceber, de gerar vida, com ciclos normais, não tem spotting e TU tens. 
Portanto, é uma desgraça dupla. É a endometriose a dizer, eu estou aqui. É tão difícil voltar a encarar o mundo e os outros após o surgimento do spotting, como se nada fosse, depois de sabermos que mais um mês se passou em que o nosso sonho mais uma vez morreu. 

Em Fevereiro fomos ao médico a ecografia não mostrou nada de novo, os focos mantêm-se e o médico achou que o spotting se devesse a uma insuficiência do corpo lúteo. Receitou-me então progesterona, que não resultou nada.
Decidimos então marcar consulta de infertilidade em que não nos vão saber dizer nada, vão-nos mandar fazer mil exames para decidirmos qual é o nosso caminho.
E que caminho será este? Esta incógnita sobre o próximo passo, sobre o próprio resultado dos exames é motivo de medo e ansiedade. 
Não me sinto uma mulher com garra e força suficiente para ser submetida a tratamentos atrás de tratamentos, anos após anos, acho que as mulheres com esta capacidade são simplesmente verdadeiras heroínas, não tenho a menor dúvida. A ansiedade, o stress, o sofrimento a que são submetidas são enormes e não é qualquer pessoa que aguenta esta pressão.

Vamos ver o que o futuro nos reserva.