sexta-feira, 17 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 7

Finalmente consegui chorar. Precisava muito, muito de chorar, sabem? 
Há uma semana atrás haviam tantos sonhos, havia esperança, havia tanta fé.  E hoje não há nada. Só dores, só sofrimento, só desilusão,  só medo e pena de mim por ter que passar por tudo outra vez.  Para quê? 
Sei que já não posso ter esperança, já tomei benuron que é o que posso tomar e vamos ver até quando aguento isto com benuron. E se a endometriose voltou, não sei. É muito muito difícil. 

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 6

Começaram os sintomas pré-menstruais acompanhados das dores.
Novembro falhaste-me.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

TEC 1 - Dia 5

Hoje foi dia de fazer vida normal, arrumar as coisas, fazer o jantar, ir às compras, ao menos não me senti a inútil dos outros dias.
É interessante que antes da descongelação e transferência só queria que o dia acabasse, agora adoraria voltar atrás para voltar a sentir um bocadinho de esperança. A minha cabeça é estranha!
Continuo normal, apenas as minhas moinhas nos ovários que não são nada de novo, e muita (TMI) flatulência graças à progesterona. Um quadro glamoroso portanto... E é isto!
Nível de dores : 0-1
Nível de esperança:none

terça-feira, 14 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 4

Ausência completa de sintomas. A ficar pilulas de estar em casa. Amanhã não vou trabalhar mas tenho que inventar alguma coisa.
Nível de dores:0
Nível de esperança: 0-1

O que vai cá dentro #8

Acertando pontos na minha cabeça.
Quando ganhei coragem de nos submeter a esta TEC, sim coragem, é preciso coragem, para enfrentar cada etapa dos meus problemas ginecológicos e da consequente infertilidade, tinha um grande medo de não passarmos da descongelação. Melhor, para mim era certo que o nosso pequeno guerreiro não iria passar da descongelação, porque afinal de contas é um processo muito agressivo para um microscópico embrião. Apesar da minha área de formação ser a das ciências, não consigo deixar de achar este processo um verdadeiro milagre!
Na manhã da descongelação o meu marido, à semelhança do que aconteceu na ICSI, levou o meu telemóvel e acabou por ser ele a ligar para a IVI, para saber o que se passava, dado que estranhávamos a ausência de notícias.  Ficámos espantados quando nos disseram que tínhamos um bonequinho de neve "vivo" e de boa qualidade, claro que é um B, portanto boa qualidade para um B e de 6º dia, mas até estava bonito! Confesso que aqui senti muita esperança! Da outra vez o nosso "cisto" era um bocadinho feio, benza-o Deus, apesar de ser muito muito amado, muito desejado e muito nosso e de ter sido fulcral na nossa vida, pois sem ele tinha sido terrível suportar um ciclo sem transferência. A verdade é que nunca senti a esperança que senti naquela sexta-feira. Seguimos para Lisboa, e a transferência fez-se, bebi apenas dois copos de água, mas custou-me muito, mais uma vez, aguentar a bexiga, para a próxima só beberei um copo de água. A pressão que a assistente do Dr. fazia na bexiga com a sonda do ecógrafo, fez-me em determinada altura morder o dedo, para vocês perceberem ao que me refiro! No final da transferência, o meu marido perguntou ao médico o que achava, em termos de hipóteses, deste embrião para o outro e aí, puff! Chapadão mesmo em cheio de volta à realidade! O médico disse que apesar de morfologicamente mais interessante, este blastocisto tinha demorado mais um dia a chegar a este estado, logo não haveria grandes diferenças em termos de taxas de sucesso. Balde gigante de água fria, mas, claramente, necessário.
Consegui apenas cerca de vinte minutos de repouso, contados pelo relógio, aquelas mudanças todas de mesa de cirurgia para maca e de maca para cama na IVI deviam ser revistas, aquilo não pode ser bom! Eu sei lá fazer força com os cotovelos para mudar de um sitio para o outro, acho que faço força na barriga e, ao contrário do que se pensa muitos embriões não ficam no útero após a transferência, é um jogo de probabilidades  (Mansou, R., Minimizing embryo expulsion after embryo transfer: a randomized controlled study, Human Reproduction, Volume 20, Issue 1, 1 January 2005, Pages 170–174).
No dia da transferência e no dia seguinte senti real desconforto uterino e ovárico, que desapareceu por completo. Aguardo mais uma vez o beta em casa. Devido ás características do meu trabalho, não posso trabalhar a seguir a uma transferência de embrião e tenho muito mais tempo para pensar, o que não pode ser bom. Sábado e domingo já vou trabalhar e na segunda-feira faço o beta. O terrível é este sentimento, a certeza que tudo por esta altura está decidido,e que em momento algum há ou houve alguma coisa que pudesse fazer. Esta sensação de impotência e ver o sofrimento que a minha doença me causa não só a mim, mas ao meu marido não é nada fixe. Eu sei que não tenho culpa de ter endometriose, mal seria, mas esse reconhecimento  não torna as coisas mais simples, mais fáceis.
Tento pensar positivo, mas vejo as coisas muito complicadas, pois é certo que foi apenas a primeira FIV, mas não é certo que haja uma segunda, é até bastante provável que havendo uma segunda não haja embriões para transferir, com toda a certeza não existirá uma terceira e nessa altura teremos a doação de ovócitos como opção, se Deus quiser!
Por enquanto, vou então fazendo isso do tentar pensar positivo, que é uma coisa muito em voga, embora o sexto sentido me diga que não adianta, acho que uma mulher sabe... Tentando ver além da infertilidade, tudo o que a vida nos reserva! Ontem à noite quando passeava a cadela, senti o frio no rosto e o cheiro de lenha a arder vinda de algumas chaminés, que logo me levou para o Novembro passado e para a maravilhosa Praga, para o quanto fomos felizes lá, para o cheiro do vinho e da cidra quente e do trdelnik acabado de fazer, porque há vida e felicidade além da infertilidade,desde que haja amor e isso felizmente não falta cá em casa!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

TEC 1 - Dia 3

Cá vamos, ausência total de sintomas. Mas quem tem sintomas numa sltura destas de um ciclo normal ou de uma gravidez hum?
Mindset: vigiar como um falcão o preço dos voos para um destino natalício e frio, pois a activação do plano B parece inevitável! Há quem queira, de imediato, programar o próximo tratamento,  eu é mais planear a próxima viagem!

"Que sera, sera
Whatever will be will be
The future's not ours to see
Que sera, sera!"

Como podem ver não estou na fase megera, estou na fase mais ou menos fofinha. Tema-se o que está para vir! 


Nível de dores: 0-1

Nível de esperança: não vamos falar sobre isso

domingo, 12 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 2

As moinhas continuam, talvez como no ciclo anterior e no outro e no outro, mas agora são vistas ao microscópio, com mais cautela e são motivo para segurar na barriga e repousar um bocado. Palermices! Estes dois dias tenho estado mais quietinha, mas amanhã já vou sair da minha toca, passear a cadela, arrumar a cozinha e fazer o que for preciso sempre com alguns/muitos cuidados! 
Hoje dei por mim a pensar que merecemos mesmo que isto corra bem, que já passámos por muito,  mesmo muito, dois anos de infertilidade! Desde uma perda, a um ciclo FIV cancelado, a uma transferência quase cancelada, por falta de embriões, a uma cirurgia por causa da FIV com montes de exames e análises, fora o hipotiroidismo que falo pouco por aqui, mas que tem sido difícil também, enfim. Estamos cansados de viver para isto. Peço a Deus, encarecidamente, que se tiver um bocadinho, não se esqueça de nós.
Nivel de dores:2
Nível de esperança: 3

sábado, 11 de novembro de 2017

TEC 1- Dia 1

As moinhas e o inchaço estão bem melhores. Sinto ainda um ligeiro desconforto, mas por causa da endometriose, é raro o dia em que não sei exactamente onde se localizam os meus ovários e o meu útero, se é que me faço entender.
É tão estranha, esta sensação, de não saber se o meu bonequinho de neve já foi pela sanita abaixo. Tenho medo que as dores que senti ontem, fossem contrações uterinas, tenho medo de espirrar e pareço um extraterrestre a andar, com medo de prejudicar alguma coisa.
Quando queremos muito uma coisa é assim.
Nível de dores: 3
Nível de esperança : 1

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

TEC 1

Hoje fomos buscar o nosso bonequinho de neve!
A descongelação correu bem e ele manteve as suas características de blastocisto expandido de 6 dias e de classificação B, é realmente um milagre e maravilhoso que tenha corrido tudo bem! Estamos muito contentes! A transferência correu dentro do normal,  senti algum incómodo e parece que me sinto um pouco inchada e desconfortável. Da próxima vez só bebo um copo de água, a bexiga dá-me conta dos nervos! Clheram-me sangue para ver como estava a progesterona e espero que, mais uma vez, não me liguem até às 21h pois será bom sinal. Se tudo correr bem farei o beta dia 20.
Mantenho-me por casa e tentando estar tranquila na companhia da minha filha canina, preciosa em todos os momentos e neste também !
Obrigada por todas as boas energias e todos os desejos de sorte um grande beijinho a todas

domingo, 5 de novembro de 2017

E o telefone não tocou

Que bom!
Significa que as hormonas funcionaram como deviam.
Ontem à noite administrei o ovitrelle, que é igual ao pregnyl, excepto que mais fácil de administrar, mas muito mais caro, pois ainda não é comparticipado pelo estado. O pregnyl saiu do mercado, tudo o que é barato acaba-se!
Amanhã à noite começo a progesterona. Depois é só esperar por sexta-feira, que é o dia em que saberemos se haverá ou não transferência. Rezo muito para que sim, mas acredito muito pouco nisso, espero estar redondamente enganada e ser surpreendida pela positiva.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Olá Novembro!

Gosto muito do mês de Novembro. Foi em Novembro que eu e o meu marido começámos a namorar, por isso só podia ser um mês muito bonito e especial! Por esse mesmo motivo e em jeito de comemoração, já fomos a imensos sítios em Novembro, uns mais longe, outros mais perto, mas foi sempre muito bom. O único Novembro em que não viajámos, foi em 2015, quando nos mudámos para a nossa primeira e actual casa, construída a dois. Foi também em Novembro de 2015 que concebemos a nossa única gravidez, que acabou por se revelar, já em Dezembro, uma gravidez não evolutiva, bioquímica.
Hoje tivemos consulta na IVI e há muita coisa que não é certa. Fiz ecografia e análises hormonais, para ver se está tudo ok para avançar para TEC. Se o resultado das análises bater com o da ecografia e se o embrião descongelar bem 6ª feira, dia 10 de Novembro faremos a transferência. O que é engraçado, sem graça nenhuma, é o dia 10. 10/11/2015  também foi o dia em que concebemos o embrião que não evoluiu, enfim coincidências, ou não, da vida.
Não tenho grandes esperanças,mas é inevitável que surjam algumas expectativas. Um dia de cada vez, para hoje, espero apenas que não me liguem da IVI, será um bom sinal, para poder fazer o ovitrelle ás 22h e depois passito a passito!