domingo, 7 de maio de 2017

Maio, o dia da mãe e o tempo que não pára

Mais um maio chegou.
Mais um maio, mês da mãe, mês de Maria, primeiro mês do sol mais quente.
Mais um maio em que tenho muito que agradecer. As "minhas mães", isto é, a minha avó e a minha mãe, estão à distância de um telefonema. Tenho-as com alguma saúde, mesmo ali com todo o colo, com todo o amor. E que presente! Que sorte e que bênção é ter a minha mãe.
Mais um maio em que comemoro este dia da mãe como filha, em que o facebook é inundado das novas mamãs que exibem, felizes, os seus rebentos. Também sou feliz, a minha vida está repleta de coisas e sobretudo de gente boa.
Mais do que um dia da mãe, é o passar de mais um maio que me custa. Lembro-me perfeitamente de maio de 2016 e custa-me perceber que está tudo na mesma ou um pouco pior. Em Maio de 2016 fui à primeira consulta de infertilidade e marquei a consulta da IVI. É duro acreditar que um ano já passou, que as rugas e a expressão cada vez mais cansada não perdoam, que a gordura vai acumulando pela inércia e pela depressão, que os cabelos brancos se multiplicam, que a vida e o tempo não param contra o meu desejo, contra a minha vontade. 
Maio não vai trazer o meu sonho, mas espero que me traga mais vontade. De viver.  De cuidar de mim.

8 comentários:

  1. Que bom ver-te aqui, de volta, nos nossos desabafos, que tão bem fazem!

    Realmente a vida, com ou sem redes sociais, consegue bater-nos com força em várias situações... e nesta de gravidezes e mães e tudo relacionado com este assunto, não perdoa!!

    Espero sinceramente que essa vontade de viver, de cuidar de ti e de continuar a lutar se torne cada vez mais forte, para a tua próxima tentativa!! :)

    Um beijinho enorme **

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    1. A torcer por boas notícias tuas Ana, precisamos de alento e esperança por estas bandas!
      Beijinho

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  2. Fico contente que regressaste Dream.
    Revejo-me em tudo o que disseste... Foram dias que até evitava as redes sociais....
    Sei que é inevitável ficarmos sem vontade para tudo...mas cuidar de nós é importante.
    Os tratamentos deixam mazelas fisicas e psicológicas. Por muito que nos custe temos de nos cuidar.
    Beijinho Grande

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  3. É dificil mesmo ter que me cuidar.
    Para ser honesta acho que anda aqui uma depressão um bocadinho crónica, há um esforço diário para viver, para sair, para contrariar este estado, digo isto porque já tive depressão diagnosticada há muitos anos, tomei medicação e o estado é mais ou menos este.
    Mas vou fazendo um esforço com dias melhores e piores. Pareço uma velha a falar!
    Gostava de ser outro tipo de pessoa, sei que se chegar a velha vou ficar triste e frustrada por passar os meus "melhores anos" assim. Tenho mesmo que me esforçar mais porque não há dinheiro para psicólogo e não quero mesmo tomar medicação. Desculpa o desabafo!
    Cuida também de ti, sei que fazes por isso, e parabéns por isso!
    Beijinho

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    1. Querida Dream não podemos em momento algum esquecermo-nos de nós... aprender a viver e lidar com a falta de filho é do caraças, mas um estado de inércia acaba sempre por afectar o que de melhor temos, que é o nosso casamento. O meu marido diz-me muitas vezes que a única coisa que lhe custa nisto tudo (infertilidade e a minha futura debilidade física) é ver-me triste. E é isso que me dá alento para ir vivendo... uns dias melhor outros pior, mas sempre com um sorriso para ele e para o resto do mundo. Além disso nada está perdido... tens que arranjar força para lutar pelo teu sonho :-)

      Beijinho

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    2. Sem dúvida que sim, tenho medo que o meu estado de espírito e desalento afecte o meu casamento, também eu tento sorrir para o meu marido e para o mundo, quando sinto tudo menos essa vontade. Não é assim todos os dias, mas é assim muitas vezes. O meu marido diz o mesmo que o teu, o que lhe custa é ver-me assim triste e com dores pela endometriose. A mistura de endo+infert+hipotiroidismo+estado de espírito deixa-me exausta.
      Cuidar de mim, pensar em mim é coisa que já não faço há muito tempo, há demasiado tempo...
      Arranjar força hei-de arranjar, não sei é a que "despensa" a vou buscar porque estão quase todas vazias ;)!
      Beijinho

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    3. Dream não há que pedir desculpas por desabafos. Estamos todas aqui para isso.
      Entendo o que sentes.Nunca tive acompanhamento psicológico até ir para a Maternidade Júlio Dinis.
      Continuo a ter consultas com a Dra. M . E acho que faz falta ( pena não serem mais regulares mas no Público é mesmo assim)....
      Na consulta da semana passado a Dra disse que tem medo que eu "caminhe" para uma depressão reativa aos acontecimentos dos últimos anos.
      A realidade é que elas não matam mas aleijam.
      Com os tratamentos engordei. Não me sentia bem e decidi fazer algo por isso.
      Sempre pratiquei exercício físico. Há dias em que não apetece , mas obrigo me a ir.
      Não ando bem ( muito pelo contrário) mas estou a tentar não me deixar ir pelo abismo...
      Com este testamento só te quero dizer que é difícil mas que temos de tentar.
      A infertilidade já nos faz sentir "menos" mulheres.
      Temos de tentar cuidar de nós, temos de gostar de nós.
      Beijinhos

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    4. Verdade!
      Obrigada pelo apoio e pelas palavras.
      Força
      Beijinhos

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