segunda-feira, 19 de março de 2018

Vida

E a dor felizmente melhorou,  hoje já sem sofá e sem calor da lareira agradeço que a dor tenha finalmente dado tréguas. Ainda não me disse definitivamente adeus, mas hoje é de longe o melhor de quatro dias. É terrível viver com dor continua tentando não arrastar ninguém comigo para o precipício da tristeza e melancolia, tentando disfarçar o indisfarçável.
Tenho andado murcha e desanimada como o tempo. Vários pensamentos, decisões e indecisões me passam pela cabeça. Várias rédeas que deveria tomar em várias partes da minha vida. Várias lições que preciso aprender, várias coisas para lidar agora que já não sou mais menina, agora que o tempo passa e com ele trás problemas e mais problemas. Um desafio a cada semana, mais uma barreira e outra e outra ainda.
Perceber que o mar calmo e tranquilo ficou bem longe, lá atrás, quando os desafios do dia a dia eram vividos numa história de bonecas e não de homens e mulheres . Isto de ser pessoa que não quer maçar os outros com as suas coisas, tem muito que se lhe diga. É muita coisa cá dentro à deriva,  a borbulhar, prestes a explodir. É a vida.

domingo, 18 de março de 2018

Domingo

No primeiro de três fins de semana sem fazer noites, neste lindo Domingo com o sol a entrar pela janela ao mesmo tempo que sinto o calor vindo da lenha que arde na lareira, deitada no sofá aproveito os poucos segundos entre o inspirar e o expirar em que não sinto dor. Apesar de fortemente medicada, apesar de não estar menstruada hoje é o terceiro dia de dor contínua, no ovário esquerdo. Não sei o porquê desta dor, se será um quisto folicular, não sei. Quero acreditar que vai passar.
Apesar da dor consigo agradecer este Domingo de paz, de calor, de casa, de amor.

sábado, 3 de março de 2018

Queridos filhos

Sabem filhos, a mãe e o pai foram a consulta no dia 23. A mãe lá ia cheia de nervos,  que me dão a volta à barriga e me fazem passar mal, bem o costume. Lá falámos com o médico e ele lá nos recordou que o problema da mãe não é um pólipo que se retire e que fica resolvido.  O Dr. deve achar que a vossa mãe é destrambelhada, assim a mãe teve que explicar ao Dr.,  menos simpaticamente do que gostaria,  que não é parvinha e que sabe muito bem, até bem demais, o que se passa. Sabe da qualidade dos ovócitos, sabe da baixa reserva e todo o rol de coisas más e negativas que não vale a pena rever.
Assim lá lhe explicámos o nosso plano e lá fomos à eco. Novidade das novidades não havia quistos por isso a mãe estava um passinho mais perto de vós. O Dr. sugeriu então análises,  passou receitas, pois se estivesse tudo ok iniciavamos a estimulação amanhã,dia 4. Como as análises eram urgentes fizemos as análises logo lá, na clínica para despachar e sermos muuuuito rápidos...Os dias foram passando e nada. Dia 27 liguei. As análises já lá estavam era só aguardar, que com toda a certeza o Dr. já ligava, dia 28,dia 1 e nada. Dia 1, quinta feira, mandei email ao médico e nada, dia 2 de Março 8 dias após ter feito as análises recebo um email. A Vitamina D (que eu pedi para fazer) está baixa e a minha tiróide está péssima. Logo o tratamento foi cancelado! Tratamento esse já pago e medicação no frigorífico, claro que, também já paga. Problemas? Obviamente que ninguém tem culpa da minha tiróide estar desorientada, mas a desconfiança,  a má impressão  e o desconforto ninguém me tira,ninguém o leva. O médico foi incapaz de pegar no telefone e ligar à mãe a dar este triste resultado, era o mínimo não era? A dúvida que será que se a mãe não tivesse mandado email iria iniciar a medicação no domingo e ninguém lhe ia dizer nada? Será que alguém realmente olhou para as minhas outras análises que tenho lá feito à progesterona, e a tudo o resto? Desconfiança. Nunca mais quero ouvir que se estiver alguma coisa errada logo ligo, não, quero que me liguem, quero valores, quero números...
Isto para vos dizer queridos filhos que continuo um pouco longe de vocês. Mas a fazer tudo direitinho, para lá para Maio ser possível estimular. A mãe vai buscar-vos queridos filhos nem que seja a última coisa que faço.