Desde Dezembro que o spotting (pequenas perdas de sangue) pré menstruação nos persegue, aparece ao 11º dia pós ovulação, como um presságio da tragédia anunciada. Ainda não foi desta. Ainda não foi este mês. E lembra também que: tu não és uma mulher normal! Uma mulher "normal", fecunda, capaz de conceber, de gerar vida, com ciclos normais, não tem spotting e TU tens.
Portanto, é uma desgraça dupla. É a endometriose a dizer, eu estou aqui. É tão difícil voltar a encarar o mundo e os outros após o surgimento do spotting, como se nada fosse, depois de sabermos que mais um mês se passou em que o nosso sonho mais uma vez morreu.
Em Fevereiro fomos ao médico a ecografia não mostrou nada de novo, os focos mantêm-se e o médico achou que o spotting se devesse a uma insuficiência do corpo lúteo. Receitou-me então progesterona, que não resultou nada.
Decidimos então marcar consulta de infertilidade em que não nos vão saber dizer nada, vão-nos mandar fazer mil exames para decidirmos qual é o nosso caminho.
E que caminho será este? Esta incógnita sobre o próximo passo, sobre o próprio resultado dos exames é motivo de medo e ansiedade.
Não me sinto uma mulher com garra e força suficiente para ser submetida a tratamentos atrás de tratamentos, anos após anos, acho que as mulheres com esta capacidade são simplesmente verdadeiras heroínas, não tenho a menor dúvida. A ansiedade, o stress, o sofrimento a que são submetidas são enormes e não é qualquer pessoa que aguenta esta pressão.
Vamos ver o que o futuro nos reserva.
Dream, nós (que fazemos tratamentos atrás de tratamentos) não temos nada de heroínas. Se temos, temos tanto como tu. Nós, que fazemos tratamentos, também já estivemos na fase das tentativas "au naturel", a falhar mês após mês. Como não resultou, tivemos de avançar para a fase seguinte (que remédio tivemos nós). Não há nada de heróico nisto. Simplesmente tivemos de avançar um patamar.
ResponderEliminarCom ou sem tratamentos complexos, quem luta desta forma já é uma guerreira de valor!
E já agora, sinceramente também nunca me senti com garra e força. Antes de saber que tinha endometriose, achava que se tivesse semelhante coisa não sei o que faria de mim. E antes de partir para tratamentos também achava que não sobrevivia a um resultado negativo depois de ter que passar por aquilo tudo (e a verdade é que quase não sobrevivi). E olha... já estou a sobreviver à 2a fiv negativa. Se ando bem? Não, claro. Mas mal ou bem, cá me tenho aguentado. E tu também vais aguentar! Com ou sem tratamentos, com mais ou menos negativos, hás de chegar ao positivo!
ResponderEliminarSim compreendo. Ė mesmo assim, na verdade desde o momento do diagnóstico que nunca acreditei wud fosse conseguir de forma natural, o que infelizmente se tem confirmado. somos apenas mulheres a quem foi dada esta tarefa de biver com esta doença que rouba, momentos, sonhos, vida. Acho que a minha auto-estima tem ido muito abaixo nos últimos tempos não me sinto com coragem. Ja marquei consulta de infertilidade e para já digo-te que estou apavorada com os exames. A anti-mulleriana provoca-me insonias. E se estiver a zeros, vou sobreviver? Vou saber lidar? Um grande beijinho para ti muita força
ResponderEliminarCalma. Nada de assustar. Lembro-me que também fiquei apavorada quando recebi o resultado da anti-mulleriana, as minhas mãos tremiam e as minhas pernas perderam a força. Mas nada de sustos e conclusões precipitadas. Vejo boas anti-mullerianas como a minha que depois na prática se revelam um desastre, e também vejo anti-mullerianas bem baixinhas que resultam em gravidez expontanea! Vá-se lá entender, o nosso corpo é uma caixinha de surpresas!
ResponderEliminarPodia dizer-te "não tenhas medo" mas não o vou dizer porque realmente temos medo. Medo dos exames, medo de saber os resultados, medo de surpresas desagradáveis, medo de nunca conseguir. Eu vivo com medo todos os dias! A minha cabeça não pára! E de facto é caso para termos medo. Mas que não seja NUNCA um medo que nos paralise! E sendo o medo inevitável, o que te digo é: usa esse medo como combustível! Usa-o para fazeres tudo o que estiver ao teu alcance!
Quanto à auto-estima, infelizmente a minha também se apagou. Muitas vezes, questionei "onde está a mulher neste corpo?". Tive e tenho altos e baixos, às vezes vou ao fundo do poço, perco toda a esperança e toda a coragem... mas depois lá me levanto (a que custo) e continuo o meu caminho. Escrever no blog e conversar convosco tem sido terapeutico para mim.
Dream, vai em frente. Vais ter medo sim, o que é normal. Esse medo significa o quanto queres ser mãe. Mas mesmo com medo, vai em frente! E quando esse medo for muito muito grande, partilha-o connosco que vais ver que ele fica mais pequenino ;)
E lembra-te: o teu corpo é capaz de conceber! Já sabes disso!
Olá Dream :)
ResponderEliminarQuanto à AMH queria-te contar a minha história para não teres medo do resultado. A verdade é que quando a medica me mandou fazer a análise, não estava minimamente à espera de um mau resultado, aliás nem conhecia as escalas dessa análise e não sabia que abaixo de 1 fosse uma mau resultado. Eu? Com 31 anos ter uma reserva ovárica baixa? Qual quê ... Já me chegava a endometriose atormentar-me diariamente, isto não era uma realidade possivel sequer.
Recebi o resultado: 0,8. No momento não entendi o que aquilo queria dizer e foi quando comecei a pesquisar e o meu mundo desabou. Mandei logo o resultado à médica. Ela disse-me que efectivamente era baixinho mas que com a minha idade estava à espera que fossem poucos MAS BONS.
Estavamos à espera de recolher entre 5 a 7 óvulos. Dream, não sei se foi pelo facto de ainda ter 31 anos mas consegui 13 óvulos, 11 deles estavam maduros. Contra todas as expectativas. A Dra. ficou super contente com o resultado.
Por isso, não te fies no resultado. Se for baixinho, não quer dizer nada :)
O que interessa neste processo todo, é que os óvulos tenham boa qualidade. Isso é o mais importante. Apenas precisamos que 1 vingue, vá eu secretamente desejo logo 2 duma vez :)
Força Dream :) para quando é a consulta?
Beijinho