quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

TEC 3 primeira parte

Em Setembro de 2019 tínhamos pensado em transferir o nosso frostie. No entanto, o início da menstruação trocou-me as voltas e a eventual transferência iria calhar numa altura em que era completamente impossível consiliar com o trabalho, todo o stress que me iria trazer não podia fazer bem! Quem já esperou quase quatro anos pode esperar mais um mês, não é verdade? Sabemos que em termos psicológicos/emocionais não é bem assim! Esta decisão foi complicada, porque o meu grande objectivo era não passar mais um Natal sem esperança. Que parvoíce não é? E porque é que digo isto? Porque na minha cabeça era importante transferir o mais rápido possível, pois acontecendo o mais provável, ou seja, ter uma quinta transferência negativa queria ter o máximo de tempo para procurarem uma dadora e ter pelo menos uma luz de esperança no Natal de 2019.
Adiámos então, a transferência para Outubro, mas fui surpreendida por um ciclo curto a seguir a um ciclo longo e pensei: que maravilha era tudo o que precisava! Eu, que sempre fui certinha, agora tenho mais uma coisa para me preocupar! Como tínhamos que lidar com a imprevisibilidade deste ciclo, iniciámos a vigia ao sexto dia, com o Dr. Sérgio, e na eco tudo OK. Dois folículos, ainda sem dominante, com endométrio a crescer. Combinámos vigiar ao d10 e no d10 calhou-nos a Dra. Catarina por impossibilidade de agenda do meu médico. E qual allien não havia qualquer folículo! Que maravilha, que segurança senti no meu inútil sistema reprodutor. O endométrio estava OK e por isso íamos iniciar um protocolo que nunca tínha ouvido falar. Então, este protocolo seria em ciclo natural, mas sem induzir ovulação(não havia folículo!) , a progesterona iria imitar a produzida naturalmente após a ovulação e como o endométrio estava ok faríamos a transferência passado uma semana. Tudo bem, tudo bem... até que começámos a racionalizar e... não conseguimos avançar. Como assim, não havia folículo? Para onde tinha ido? O que se passa comigo, que apesar de tudo ovulo todos os meses?
A minha pélvis é extremamente difícil de perceber na eco e, nas estimulações quando não é o Dr. Sérgio a ver é para esquecer. Nem eu nem o meu marido nos sentimos confiantes nem confortáveis para avançar e mais uma vez, Outubro ainda não era o mês e a minha esperança de no Natal haver uma luz tinha desaparecido. Parece tolo, pois já passámos por muito, mas esta provação custou-me muito a ultrapassar. Liguei para imensos sítios para tentar marcar consulta de psicologia, mas estavam todos com agenda cheia, pensei em pedir baixa não estava a aguentar. Foi mais uma visita ao fundo do poço! Pedi à Dra. Catarina para fazer nova eco em alguns dias, só porque queria saber o que se passava com o meu corpo, era importante para mim. Nos dias a seguir à eco de d10 comecei com corrimento de ovulação e percebi que iria ovular em breve e na eco de d13 lá estava um folículo com 19mm...
Não perguntem porque é que não "havia" folículos e agora já havia... Não vos vou mentir não fiquei muito contente nem confiante. Senti que, se por algum motivo, o não fosse o meu médico a fazer-me as ecos estava bem lixada. Sei que não sou uma regra de 3 simples, somos todos humanos, que não é chegar ali e ver,que quase se benzem para tentar ver alguma coisa na amálgama que é a minha pélvis, mas tinha adiado um ciclo que quase de certeza não tinha sido necessário adiar. Mas siga para bingo afinal de contas aqui o extraterrestre ainda ovulava.

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