sábado, 8 de fevereiro de 2020

TEC 3 terceira parte (a estimulação)

Em Abril fomos a consulta, tivemos o ok, parei a pílula contínua, tive ciclo em Maio e após a menstruação, iniciei novamente a pílula, para preparar o início da estimulação. Ficou logo definido que não faria transferência a fresco, nunca me senti bem com transferências tão pouco tempo após punção, todo o stress desta fase e toda a inflamação abdominal pelos shots de estrogenio, a meu ver, não podem fazer bem. Foi esta a minha decisão que o médico aceitou,apesar de segundo ele não existirem motivos para não fazer transferência a fresco.
Entretanto fui tomando todos os suplementos que podia:
-açai uma colher de sopa por dia,
-600mg de coenzima q 10,
-gestacare pré concepcional,
-omega 3
-resveratrol,
-vitamina É,
-pycnogenol, acredito que estes também ajudaram um pouco na qualidade. Mas, para mim, o que acho que fez diferença foi não ter pedido tanto aos meus ovários. A estimulação foi "apenas" feita com Menopur 225 UI, ao invés das 300 UI de combinação de Gonal e Menopur que tinha feito nas duas FIV anteriores.
Não foi fácil, chegámos ao primeiro dia de foliculometria e tínhamos 4 ou 5 folículos e foi este número que nos acompanhou. Ao dia 9 de estimulação a consulta foi com o Dr. Samuel, que é um médico excepcional, tão simpático, tão humano e ele estava tão triste por nós e com os nossos números... Aconselhou-nos a ver como é que as coisas estavam em 2 dias, mas que estava com uma baixa resposta e não achava valer a pena avançar ou então valia a pena apenas fazer punção, congelar os ovócitos, voltar a estimular e depois levar todos a cultura para não estarmos a ir para uma cultura em laboratório que não ia dar em nada. Saímos de lá tão tristes, tão baralhados, tão confusos e tão desiludidos. Passados 2 dias nova visita à IVI e desta vez com o nosso Dr. Sérgio. Ele tem sempre a capacidade de nos fazer ver as coisas, de nos animar e de nos acalmar, dos 6 folículos que viu 4 estavam com o tamanho maduro ideal.  Não estava sequer a pensar em cancelar, recordou que a dose que fazíamos era mais baixa, que o que procuravamos era qualidade. Eu e o meu querido marido, depois de um fim de semana a matutarmos nisto, definimos a coisa da seguinte forma:se tivéssemos 5 avançavamos, se tivéssemos menos do que isso ficávamos por aqui. Pois é, o destino trocou-nos as voltas, eram 4 e agora ali, naquele momento, que faríamos? Iríamos pagar para ver? Foi mesmo isto que dissemos ao médico, vamos pagar para ver! Ele riu-se e disse que não era bem assim! Estavam lá 4! Com vontade de ver se este protocolo realmente nos traria algo de diferente assim fizemos, demos um salto de fé e esperámos pelo melhor.
Vivemos todo o processo com uma calma diferente, não quisemos ouvir falar dos embriões ao dia 3, não usámos embryoscope e, no dia 5 pós transferência, soubemos as novidades. Tínhamos um blastocisto expandido com alguma qualidade! Foi a primeira vez que alguém atribuiu alguma qualidade a um blastocisto nosso de quinto dia e a felicidade nesse dia foi gigante sentimos muita esperança, tanta! Sentimos que tudo tinha valido a pena!
No dia seguinte ainda esperávamos poder ter boas notícias, mas não, os outros não tiveram qualidade suficiente para serem congelados. Foi inevitável sentirmos alguma angústia. Só tínhamos um, era tudo ou nada.

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